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O que está a acontecer na Nigéria e o que é a #ENDSARS

Manifestação contra a SARS na Nigéria | @Tobi Oshinnaike
Manifestação contra a SARS na Nigéria | @Tobi Oshinnaike

Provavelmente, ao longo dos últimos dias, viste desfilar no teu feed de redes sociais a hashtag #ENDSARS e algumas publicações sobre a necessidade de acabar com a Brigada Especial Anti-Roubo (SARS na sua sigla em inglês) nigeriana.

Várias celebridades, como Burna Boy, Davido, Diddy, Drake, Viola Davis, entre muitos outros, recorreram às redes sociais para expressar o seu apoio ao movimento, que neste fim-de-semana viu despoletar uma série de protestos no país. No domingo, 11, foi entretanto anunciado que a Nigéria dissolveu a força policial especial.

Uma diretriz presidencial especial ordenou a dissolução imediata da Brigada Especial Anti-Roubo (Sars), de acordo com um tweet do presidente Muhammadu Buhari, sublinhando que “o Inspetor-Geral da Polícia comunicará novos desenvolvimentos a esse respeito”.

Após o suposto assassinato de um homem por um oficial no sul da Nigéria, milhares de pessoas acorreram às ruas do país para protestar contra a brutalidade policial e exigir a abolição total do SARS. Muitos outros usaram a hashtag #EndSARS para partilhar histórias de alegadas extorsões, tortura, desaparecimentos e até assassinatos cometidos por membros daquela unidade.

Com os protestos virtuais a ganharem uma amplitude internacional, tendo sido realizadas manifestações em vários países além da Nigéria, empresas financeiras e da indústria cinematográfica lançaram várias campanhas de angariação de fundos de apoio aos manifestantes nigerianos.

Nesta segunda-feira, os protestos continuaram de forma massiva na capital financeira, Lagos, o que evidenca o cepticismo em relação à medida de dissolução da brigada anunciada pelo governo.

Para muitos, a resposta Buhari foi muito breve, tardia e prevista como insuficiente para acalmar os ânims dos jovens nigerianos que têm saído às ruas e que têm bloqueado as principais estradas de várias cidades de todo o país.

“Ainda estamos todos cá fora”, disse Olasunkanmi Amoo, 26, ao New York Times. “As pessoas estão muito cautelosas porque ele [o presidente] pode falar o que quiser, mas se não fizer nada, ainda estaremos aqui. Voltaremos amanhã. Não confiamos nele e não acreditamos nele. ”

A Brigada Especial Anti-Roubo foi criada em 1992 e encarregada de lidar com o problema dos crimes violentos em Lagos, com uma equipa de 15 membros de rosto coberto e que viajava em duas viaturas não identificadas. Os seus oficiais muitas vezes não usam uniformes nem crachás.

O anonimato foi considerado vital para enfrentar os gangues que abertamente aterrorizavam Lagos na época. Mas à medida que a unidade policial crescia, estabelecendo-se em todo o país, o anonimato abriu a porta para abusos, dificultando a identificação e denúncia de agentes desonestos e encorajando-os a agir com impunidade, dizem os críticos.

A unidade SARS é acusada de ter como alvo jovens que parecem bem vestidos, chantageando-os por dinheiro, torturando, abusando e até matando aqueles que resistem. A Amnistia Internacional afirma ter documentado mais de 82 casos de abusos e homicídios extrajudiciais cometidos por oficiais da SARS de janeiro de 2017 a maio deste ano.

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