A Open Society Foundations, criada por George Soros em 1984, aproveitou o Fórum de Paz de Paris para anunciar “uma iniciativa no valor de 15 milhões dólares para fortalecer os esforços” visando restaurar objetos culturais saqueados no continente africano”.
O vocabulário mostra que Soros escolhe claramente o seu lado, evocando, na sua declaração, a violência colonial e o seu apoio financeiro a “redes e organizações que se esforçam para devolver ao continente a herança que que lhe pertence por direito.
Patrick Gaspard, Presidente das Fundações, diz que o seu orgulho “apoia um movimento para corrigir erros históricos, como parte da nossa missão de promover uma verdadeira justiça”.
O caso é baseado em exemplos como “ataques e atrocidades militares em Magdala, Namíbia e Nigéria, entre muitos outros”.
A diretora de cultura e artes das fundações, Rashida Bumbray, insiste, além do reparo, na importância de garantir o acesso “de cada um à sua própria herança e manter esse acesso aberto para as gerações futuras”. Bumbray e outros dois funcionários serão responsáveis por essa operação de apoio com base em parcerias com museus, governos, artistas, pesquisadores e membros da sociedade civil.
A Fundação insiste na atenção prioritária às necessidades africanas e incentivará qualquer forma de acompanhamento e reuniões com especialistas “figuras culturais e artísticas, líderes religiosos e líderes políticos” do continente.
O financiamento da Open Society será destinado a juristas, arquivadores e diretores de museus africanos, para apoiar o desenvolvimento dos seus conhecimentos na questão das restituições. Enquanto na Europa, os fundos serão dedicados “para estimular o debate sobre o assunto, garantindo que as vozes africanas sejam representadas”.
De relembrar que, a 23 de novembro faz um ano que o relatório Savoy-Sarr foi entregue ao presidente francês Emmanuel Macron e que incide na necessidade de se restituir as obras de arte saqueadas ao continente africano.