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Okonjo-Iweala, na corrida pela liderança da Organização Mundial do Comércio

Ngozi Okonjo-Iweala em Davos | ©Remy Steinegger
Ngozi Okonjo-Iweala em Davos | ©Remy Steinegger

Há uma mulher africana que pode estar prestes a liderar a maior instância mundial de comércio. A ser eleita, Ngozi Okonjo-Iweala será a primeira mulher e a primeira pessoa africana a liderar a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ngozi Okonjo Iweala é natural do estado do Delta, na Nigéria, e nasceu a 13 de junho de 1954.

O seu notável desempenho académico na Universidade de Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT) rendeu-lhe um AB Magna Cum Laude (distinção com grandes honras, atribuída a alunos com avaliação igual ou superior a 18 valores) em Economia e um Ph.D. em Economia Regional.

https://www.instagram.com/p/CBz2ZyRlOnR/

Na Nigéria, foi nomeada Ministra das Finanças de 2003-2006. Em seguida, ascendeu ao cargo de Diretora Geral do Banco Mundial, entre 2007 e 2011 e nos quatro anos seguintes foi novamente ministra das Finanças da Nigéria. Antes da sua segunda nomeação, foi ainda ministra das Relações Exteriores em 2006. Foi a primeira vez que uma mulher ocupou esses cargos no país.

Ngozi Okonjo Iweala ganhou notoriedade na Nigéria na altura em que ocupava o cargo de Ministra das Finanças e liderou o processo para a redução da dívida externa, avaliada em 18 bilhões de dólares norte-americanos. A ministra pressionou o governo a adoptar políticas que visavam a melhoria da macroeconomia do país e lutar contra a corrupção, publicando as receitas da indústria petrolífera bem como as quantias pagas às comunidades locais, para que o dinheiro do petróleo fosse para escolas e hospitais e não para o “bolso de alguns”. As medidas renderam-lhe ondas de elogios e reconhecimento a nível nacional e internacional. Além disso, liderou uma série de programas de melhoria da economia, como o Youth Enterprise with Innovation Program (YouWIN). O Banco Mundial classificou este programa como muito eficaz.

Ngozi Okonjo Iweala teve uma carreira de sucesso de 25 anos no Banco Mundial, atuando como economista do desenvolvimento e tendo inclusive sido indicada como possível presidente do organismo.

A economista nigeriana ganhou ainda vários reconhecimentos e prémios e consta da lista dos 50 maiores líderes mundiais da Revista Fortune (2015) e das 100 pessoas mais influentes do mundo Revista TIME (2014).

Okonjo-Iweala deu um passo dianteiro para se tornar a primeira mulher e a primeira africana a ser diretora da OMC, depois de obter o apoio de um grupo importante de embaixadores do comércio em Genebra.

Inicialmente, concorriam também para o cargo o egípcio Hamid Mamdouh, ex-funcionário da OMC, e a  ex-ministra do Desporto do Quénia, Amina Mohamed.

Okonjo-Iweala tem sido apoiada por países do Caribe, África, União Europeia, China, Japão e Austrália.

No entanto, a sua candidatura não conseguiu o apoio de Washington, decisão tornada pública após o presidente Donald Trump anunciar num tweet que apoiava a candidatura da ministra sul-coreana em detrimento da candidatura da ministra nigeriana.

Dezenas de governos se pronunciaram contra a posição norte-americana no final de outubro, afirmando que os Estados Unidos estariam a tentar obstruir e enfraquecer a organização que regulamenta o comércio internacional.

Entretanto, as eleições do organismo foram adidas e, com a vitória de Joe Biden, a posição norte-americana poderá mudar e facilitar um consenso sobre quem será o próximo diretor-geral da OMC, que sucede ao brasileiro Roberto Azevedo.

Ao contrário do que acontece no Banco Mundial ou no FMI, onde a América tem uma influência dominadora, no caso da Organização Mundial de Comércio, o país simplesmente tem um voto.

A OMC procura regular o sistema de comércio internacional assente em regras, desempenhando um papel importante na resolução de litígios entre países.

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