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Os PALOP nas Cores de África do Google Arts & Culture

Vermelho Terra - Paula Nascimento, Colors of Africa
Vermelho Terra - Paula Nascimento, Colors of Africa

O Google Arts & Culture e a plataforma Design Indaba aliaram-se para apresentar o projeto artístico Colors of Africa, com a participação de 60 criativos do continente africano. Paula Nascimento, Patti Anahory, Stella Pucurutcha, Kwame Sousa e Euridice Zaituna Kala foram os nomes escolhidos para representar as cores dos PALOP.

O projeto colocou online uma mostra de mais de 60 obras de arte com curadoria especial produzidas por 60 criativos africanos escolhidos pelo Design Indaba – cada um convidado a contribuir com um trabalho que captura a ‘cor’ e o caráter do seu país de origem.

A Colors of Africa apresenta uma ferramenta de navegação caleidoscópica que pode ser usada para explorar a arte de forma aleatória, proporcionando ao visitante uma experiência única, ao mesmo tempo em que permite que a própria arte brilhe.

Paula Nascimento escolheu o Vermelho Terra, representado em diferentes fotografias com o título “A cor da Memória”, num paralelo ao cheiro característico da terra vermelha quando tocada pela água da chuva e de uma infância distante no tempo.

A arquiteta Patti Anahory, a representar Cabo Verde, deixou-se inspirar pela “imensidão dos oceanos circundantes e a escassez de água potável” no arquipélago. “Águ” (água em crioulo) é o nome da cor escolhida. O trabalho de Patti interroga as pressupostas relações de lugar e pertencimento em referência às construções de identidade, memória, raça e género, explorando a política de identidade do ponto de vista de uma ilha africana.

Da Guiné Bissau chega-nos o Azul Frotastic, pela mão de Pucurutcha Stella, fundadora da plataforma No Balur e da marca Blackfrodolls. “Haverá um tempo, e será em breve, em que África será vista como o centro do mundo. E assim o vejo, azul como o mar, cheio de infinita beleza e grandeza. Os africanos da diáspora voltarão para casa e farão grandes feitos nas suas próprias nações”, lê-se na descrição da cor que integra um poema da sua própria autoria.

A artista moçambicana Euridice Zaituna Kala criou uma série de fotografias que misturam natureza e tecnologia e levou o Vermelho Alegria para o projeto, porque é “uma cor que muda de forma e tom se assim o desejarmos. Não é mono, não é único. Uma cor que é muitas cores para uma nação que é muitas coisas”.

De São Tomé e Príncipe, o fotógrafo Kwame Sousa escolheu a cor Horizonte, que mescla o azul e verde – porque “quando moras numa ilha tropical, no meio do Equador, é quase impossível que essas cores não se tornem parte de nós” – juntamente com uma seleção de fotografias.

Da República Centro Africana, o bem conhecido nos PALOP e em Portugal Boddhi Satva levou o Verde da Árvore da Manga, cuja sombra gostaria que o abrigasse no dia em que partir deste plano físico. O processo de colaboração “não foi evidente”, considerando a imensidão de inspiração que lhe oferece o seu país natal, disse-nos o músico e produtor. “Fui procurar nas minhas memórias de infância e encontrei esta cor que me tocou particularmente. Este verde radiante, nutritivo e ao mesmo tempo perturbador da natureza. Depois, acrescentei-lhe um pequeno toque musical mas, na verdade, nessa altura, ainda não me tinha assumido totalmente na minha pintura e não me atrevi a essa abordagem que penso que teria acrescentado mais à minha expressão artística”, explicou Boddhi Satva, acrescentando que a equipa do Google da Desing Indaba permitiram aos criativos total liberdade na criação das suas artes.

Selecionados pelo fundador da Design Indaba, Ravi Naidoo, os criativos mostram com este projeto o melhor do artesanato, produto, design industrial, moda, cinema, animação, design, comida, música, joalharia e arquitetura africana. “África é conhecida pelo uso ousado e sem remorso de cores. Cada país, cidade e comunidade é identificável por uma paleta única. Como africanos, podemos contar histórias poderosas através da cor. Este projeto conta a história de um continente através de uma lente universalmente acessível”, diz Naidoo.

O Colos of Africa permite que os espectadores descubram histórias do continente, contadas pela comunidade criativa africana. “Parafraseando a apresentação do projeto, histórias sobre África têm sido contadas sob muitas perspetivas e por diversas vozes. Cada país é único, no entanto, um elemento comum, unificador e único em todas as culturas é o uso da cor. Através das escolhas de 60 artistas e designers do continente, o objectivo é o adicionar uma camada nas diversas formas de falar/descrever o continente, uma forma de elevar o pensamento de design e a criatividade”, disse à BANTUMEN a arquiteta e curadora Paula Nascimento.

O projeto Colors of Africa envolve criativos de quase todas as disciplinas, desde arquitetura, ilustração, pintura e cerâmica até escrita, engenharia, artes cénicas e comunicação visual. Suas criações foram convertidas em imagens, vídeos, textos e ilustrações.

Além da plataforma Colors of Africa, a iniciativa também verá o lançamento de mais de quatro mil imagens, vídeos e 20 exposições selecionadas do extenso arquivo do Design Indaba.

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