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Oussouby Sacko, o primeiro africano a dirigir uma universidade japonesa

Oussouby Sacko é maliano, professor de arquitectura e é o primeiro africano a ser eleito presidente de uma universidade no Japão, a Kyoto Seika University. A chave para o sucesso é simples: assiduidade.

“Não há segredos no sistema japonês. O trabalho e assiduidade” são os factores de peso para uma carreira de sucesso, explicou Sacko em entrevista à This is Africa. 

Este professor saiu de Bamako, capital do Mali, em 2001, rumo ao Japão para fazer um doutoramento e ser investigador associado da universidade. Em 2013, Sacko foi eleito reitor da Faculdade de Ciências Humanas.

“Todos estes anos, aprendi muitas coisas sobre os japoneses e o seu sistema. Existe ainda o factor língua que é uma barreira muito importante. Compreender o japonês é encontrar marcos dentro da cultura japonesa para sobreviver numa cultura que não é a tua, não podes simplesmente fazer a tradução directa nesse processo de aprendizagem e adaptação”, disse à mesma publicação.

Sobre a possibilidade de ter vivenciado algum tipo de descriminação, Sacko é peremptório: “Há uma certa forma de descriminação no sistema japonês, mas que não pode ser definido como racismo. Os japoneses vivem com códigos, que partilham entre si desde há muito tempo e não vêem diferença entre africanos e ocidentais, porque conhecem-nos superficialmente. O que os interessa é a rapidez de compreensão, o teu comportamento em relação aos outros e a tua capacidade de assimilação dos seus códigos de vida.”

Em jeito de introspecção sobre a metodologia de trabalho africana, o professor indica que África poderia ser tão próspera quanto o Japão, se a seriedade e integridade fossem tidos em conta. “Em África somos ricos de várias formas, mas não somos sérios no trabalho. Mesmo que queiras fazer tudo certo, os outros não te vão seguir. Cada um pensa em si mesmo e nos seus interesses imediatos e de curta duração. Mas ainda tenho esperança, porque temos os nossos princípios de sociedade, que não não são assim tão diferentes em relação ao sistema onde vivo actualmente”, terminou.

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