Oxi Dretu, Manham Mariádu do artista plástico Fidel Évora está em exposição na galeria Movart, em Lisboa.
Com a curadoria de Maria de Brito Matias, a exposição individual do artista, nascido em Cabo Verde e criado no Barreiro (Portugal), reflete uma simbiose entre as culturas africanas e urbanas, para trazer à tona diálogos e histórias que ficaram perdidas no tempo.
Em Oxi Dretu, Manham Mariádu – expressão em crioulo de Cabo Verde que, traduzida à letra, significa algo como hoje estamos bem, amanhã não – podemos observar uma dualidade, que exprime-se neste gesto de revelação e pesquisa sobre noções de si e do outro e sobre transparência e opacidade.
O certame visual vai estar exposto até ao dia 14 de abril.
Um dos últimos projetos em que Fidel esteve envolvido foi “Arte sobre rodas” da marca de automóveis Mini, em associação com a Underdogs. Na companhia de André da Loba, Tamara Alves e Ana Humana, Fidel deu vida a obras em tejadilhos de carros, para levar a “arte e a diversidade pelas ruas das cidades”.
Fidel Évora nasceu na Praia, Cabo Verde, mas cresceu no Barreiro, Portugal. Ali teve o seu primeiro contato com a arte de rua e graffiti. Estudou Design Gráfico e Motion Graphics, mas foi em 2011, quando participou de uma exposição coletiva com a peça conceitual Freedom’s Exumation, que Fidel conseguiu amadurecer a sua abordagem como artista plástico. Apaixonado por artefatos antigos carregados de memórias que constroem a identidade coletiva de hoje, e dividido entre as linguagens antagónicas da cultura urbana e das artes académicas, Fidel tem desenvolvido a sua própria linguagem, criando diálogos que são propositadamente ou acidentalmente esquecidos.