Pandza do Futuro é o nome do último álbum do deejay moçambicano Hélio Beatz, que chega com menção honrosa ao Pandza. O estilo nasceu apenas há cerca de uma década mas já é apreciado pelas massas, por conseguir aliar as sonoridades das músicas tradicionais moçambicanas às sonâncias urbanas contemporâneas.
O álbum é uma apresentação da visão futurista do estilo, com um total de 17 faixas que contam com a participação de artistas consagrados como Mr.Kuka, DJ Ardiles, Hernâni da Silva, Dice. Há ainda a assinalar a presença de vozes emergentes, como Edvan Allen, Melony, Naldos, Táyra, Paloma e Denilson L.A.
“Yeah Nigga” foi o grito de Bang utilizado em cada faixa, em jeito de homenagem ao empresário cultural, falecido este ano e que foi um dos maiores exportadores da música moçambicana da atualidade e precursor do Pandza.
“Não podia fazer um álbum de Pandza sem ter os que me fizeram gostar do Pandza” explica Hélio na primeira faixa do projeto. Em conversa com a BANTUMEN, o artista acrescenta que “Bang é um ícone que deve ser lembrado, até ao nível de ter uma estátua porque mostrou o que é ser um agente da cultura”.
A concepção da apresentação de uma visão futurista do estilo é resultado da integração de novos sons, através da colaboração com artistas selecionados “de forma natural e de investigações profundas sobre quem pode deixar o projecto mais ‘do futuro’, quem nunca cantou num pandza e pode sair-se bem”. O objetivo é criar uma ponte entre os sons de antigamente e o quotidiano atual dos jovens moçambicanos.
Entre os sucessos deste Pandza do Futuro está a faixa “Milena” (flow da Tawen), bastante usada por criadores de conteúdo nas redes sociais, além de “ISCTEM” e “Ela não dança Pandza”, que chegam em crítica e incentivo às “mulheres que têm vergonha de dançar Pandza por não ser um género que nos últimos tempos os jovens curtem”.
E porque não se pode apresentar uma visão futurista sem olhar para o presente, o estágio atual do Pandza na opinião de Hélio Beatz não está numa posição favorável. Não está a ser feito como devia e sobre as mudanças ou ingressão de artistas ao estilo, “ninguém é obrigado, mas devíamos, simplesmente pela cultura”, indica o artista.
Em termos técnicos, o álbum conta com a participação de mais de 20 artistas, desde a concepção da ideia, intervenções nas faixas e gravação que aconteceu nos estúdios Ngoma Records, Macorda Vocal e Maningue Studios.
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