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“Pérola Sem Rapariga”, nova peça de Zia Soares e Djaimilia Pereira de Almeida

A exposição teatral Pérola Sem Rapariga é uma coprodução entre o Teatro Nacional D. Maria II e SO WING, com direção e encenação de Zia Soares e texto da escritora Djaimilia Pereira de Almeida. O espetáculo, que será apresentado em duas datas distintas, 2 e 9 de junho, traz à cena uma proposta inovadora, onde o texto, a dramaturgia e a encenação se entrelaçam numa exploração dialógica que aborda a relação entre o corpo e a narrativa, a pele e o salvamento, a legenda e a imagem.

Pérola Sem Rapariga surge do encontro criativo entre Zia Soares e Djaimilia Pereira de Almeida, duas artistas comprometidas com a representação da cultura afrodescendente. Inspiradas pela obra Voyage of the Sable Venus and Other Poems, de Robin Coste Lewis, e pelo arquivo fotográfico de Alberto Henschel, as criadoras procuram explorar a relação entre a superfície do corpo e a capacidade de expressar o que nele reside, trazendo à tona reflexões sobre identidade e representatividade.

“Encontrámo-nos, percebemos que estávamos interessadas no trabalho uma da outra, e decidimos que poderíamos eventualmente criar um projeto juntas, e andámos ali uns tempos a namorar uma e outra”, contou a Zia Soares à agência Lusa, no final de um ensaio.

“Porque também o próprio espetáculo é muito sobre esta obsessão de ver, de olhar, quem é que olha para quem, como olha, a partir de que perspetiva, quem é que se coloca para ser olhado. Aqui também a questão do próprio artista, que se coloca a toda a hora para ser olhado, no teatro, especificamente”, explicou a encenadora.

A ideia é pensar a relação entre a superfície do corpo e aquilo que sobre ele se pode dizer.

Também a condição da mulher é explorada neste espetáculo, em que duas mulheres se expõem, mas ao mesmo tempo se libertam a elas próprias, com lutas internas.

Uma Abordagem Multidisciplinar

O espetáculo apresenta uma equipa diversificada de artistas que contribuem para a construção de uma experiência artística única. A interpretação fica por conta de Filipa Bossuet e Sara Fonseca da Graça, que dão vida aos personagens e conduzem os espectadores por essa jornada de autodescoberta. Kiluanji Kia Henda, renomado artista visual, colaborou com a sua visão singular, enquanto Neusa Trovoada assume a responsabilidade pela instalação e figurinos, criando um ambiente estético envolvente.

A música e o design de som ficaram a cargo de Xullaji, que proporcionam uma atmosfera sonora imersiva, enquanto Carolina Caramelo é responsável pelo design de iluminação, enriquecendo a cena com jogos de luz e sombra. A assistência à encenação de movimento é feita por Lucília Raimundo, que adiciona uma dimensão coreográfica às performances. A fotografia é de Humberto Brito e Filipe Ferreira, enquanto o vídeo promocional é produzido por António Castelo. Aoaní d’Alva presta assistência geral ao projeto, garantindo que todos os aspetos estejam devidamente coordenados.

De recordar que, Zia Soares, encenadora da peça, é directora artística do Teatro GRIOT; foi distinguida no ano passado pela Associação de Mulheres Empreendedoras Europa/África com o prémio Mérito às Mulheres e foi convidada pelo Presidente da República Portuguesa para integrar o programa “Mulheres de Coragem”, que visa “destacar o lugar e a dignidade das mulheres na sociedade portuguesa”; em 2021 foi homenageada pela PowerList100 como uma das personalidades negras mais influentes da lusofonia; em 2018 e 2019 concebeu e dirigiu as primeiras performances produzidas e interpretadas exclusivamente por mulheres negras em Portugal.

A exposição teatral Pérola Sem Rapariga promete ser um evento cultural de destaque, oferecendo ao público uma experiência artística enriquecedora que explora a identidade afrodescendente por meio de uma abordagem multidisciplinar. Com a união entre a encenação de Zia Soares e o texto de Djaimilia Pereira de Almeida, o espetáculo desafia conceitos preestabelecidos, levando os espectadores a uma reflexão profunda sobre a relação entre o corpo, a narrativa e a representatividade afrodescendente. Essa produção exemplar reforça a importância de eventos culturais que promovem a diversidade e valorizam a arte afrodescendente, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

O espetáculo pode ser assistido nos dias 2 de junho, às 21 horas, no Teatro São Pedro (Alcanena, em Portugal) e dia 9, às 21h30, na ca Casa da Criatividade (São João da Madeira, Portugal).

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