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Projeto 51 quer pôr a Huíla no mapa e desconstruir Luanda como o centro da arte

Projeto 51
Projeto 51

Projecto 51 é um grupo musical formado por quatro elementos, todos residentes a sul de Angola, na província da Huíla. O estilo predominante é o rap, porém, navegam em outras águas, e consideram-se artistas versáteis, por assim dizer.

O grupo surgiu ainda no tempo de escola, em 2016, por meio de freestyles entre alguns integrantes. Daí, os interesses convergiram e mais freestyles foram nascendo e começou a tomar forma a ideia de um grupo, na altura com outro nome.

De lá para cá, o grupo lançou projetos individuais de cada membro e como coletivo somam dois EPs: The Warning, em 2018, e Elo, lançado em fevereiro do ano passado. Sobre futuros lançamentos, os rapazes da terra do Cristo-Rei são ávidos a responder: “Não vamos parar, a ideia é lançar”, dizem.

O Projeto 51 possui uma visão enquanto grupo e, sobretudo, enquanto fazedores de arte em solo angolano, de desconstrução da ideia de que só Luanda existe no campo da criação, tornando-se no único pólo relevante no mosaico cultural de Angola. Na Huíla, terra onde todos residem, dizem ser bem recebidos e acolhidos apesar das “ilhas” que se vão criando. Todavia, a capital angolana continua inóspita para quem é de fora.

“Sim, tocamos em rádios, tocamos em clubs, não sempre-sempre, mas sempre que possível tocamos. (…) Aqui o game é um bocadinho fechado, porque os promotores de eventos do Lubango preferem pagar não sei quantos mil ou milhões a artistas de Luanda,
pagar avião, pagar hotel, do que solicitar artistas locais que podem apresentar quase a mesma qualidade do pessoal de Luanda.

Acho que os promotores aqui, os locais, valorizam mais o trabalho feito em Luanda. Nós [enquanto Projecto 51] estamos mesmo com o foco de quebrar essa barreira” afirmou Aurio Roberto, um dos integrantes. Assim, a partir da realidade que os circunda, Lubango e os mais variados cantos da província da Huíla, o Projeto 51 espera por maior alcance sem que seja necessário para tal deslocar-se a Luanda, embora reconheçam que a assiduidade na capital e na própria zona represente um 50/50, no sentido em que “o trabalho bem feito, embora demorado, é notado” como disse Edson Arantes, outro dos integrantes.

Os quatro jovens, que têm agora um novo single com o título “Lady Boss”, não deixaram de falar na monopolização das rádios e televisões, todas mais ou menos canalizadas para Luanda de certa forma, bem como nos eventos de grande dimensão, o que torna a capital, ainda, numa ponte comum para os artistas.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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