A capulana de Moçambique e o urban style de Lisboa misturam-se nas peças de roupa desenhadas por Romana Mussagy, enquanto o hip hop ajuda a traçar a linha das suas colecções. A designer, que emana uma boa vibe contagiante, é a criadora da promissora Royal Skuare.
A dar passos largos no mercado português, em 2015, a marca foi até à Londres Fashion Week e participou no Vogue Fashion Night Out, em Lisboa.
Criada em 2009, a Royal Skuare surgiu do gosto pela moda desde miúda, com o hábito de ver capulanas lá em casa. “É um pano que faz parte de mim, cresci sempre com capulanas à volta”.
A formação de designer de moda fê-la há 15 anos, facto que recorda com algum pesar quando, feitas as contas, apercebe-se que já passou dos 30.
Respeita quem é auto-didacta, mas afirma que a formação é essencial. “Conheço imensos criadores que não têm essas bases, acho bem, mas é sempre importante teres essas bases por baixo para saberes o que queres e para onde queres ir”, sublinha.
A inspiração ocorre como quem respira. “É o ambiente que me rodeia. A música, as luzes, o meu próprio eu. Sou uma pessoa de influências. Gosto de passar pela cidade e a partir daí ir buscar influências para o meu trabalho”.
A ligação à música, que transporta para as suas criações, é hereditária. “Eu cresci numa família muito musical. Meu irmão é músico, o namorado também, os meus tios, os meus pais e sempre cresci com isso. O amor de vida é o rap, sem dúvida, e a partir daí ligo a música ao meu trabalho. Daí o estilo urban. Para um criador é muito bom estar num estúdio e estar um amigo meu a gravar e eu a desenhar. É muita absorção de influências.”
Sobre o que prefere criar, a escolha é fácil: roupa de homem. Justifica que “roupa de mulher é muito fácil e há muito mais oferta. Com roupa de homem consigo brincar muito mais e mexer nas texturas.”
Difícil mesmo é conseguir que as suas peças saiam do atelier, porque a cada criação, antes de ter dado o último nó na linha, os amigos, colaboradores e não só, fazem questão de comprar a peça antes que chegue ao cliente comum.










Equipa BANTUMEN
A BANTUMEN é uma plataforma online em português, com conteúdos próprios, que procura refletir a atualidade da cultura negra da Lusofonia, com enfoque nos PALOP e na sua diáspora. O projecto editorial espelha a diversidade de visões e sensibilidades das populações afrodescendentes falantes do português, dando voz, criando visibilidade e representatividade.