Ainda sobre a feira de arte contemporânea ARCOlisboa, que aconteceu em Lisboa de 25 a 28 de maio, Fidel Évora esteve presente no evento e aproveitamos para falar com o artista sobre o que ali apresentou.
Com uma exposição solo no stand da Galeria Movart, Fidel apresentou Safe Space, um conjunto de diferentes imagens de mulheres, que nos convidam a refletir sobre ” os trabalhadores que, através da sua invisibilidade, sustentam o recreio dos consumidores”.
Évora reflete sobre o “outro lado” das coisas, em como estes trabalhadores – maioritariamente mulheres – são tornados visíveis através da ligação física trazida por esta nova série de trabalhos.
Isto porque, uma vez que o sistema continua a recusar o encontro entre a riqueza e o trabalho, a elite e a ralé, em Safe Space, Évora provoca o seu encontro. Évora lembra-nos a sua presença constante e o esquecimento que domina a nossa sociedade, que consome sem saber quem, onde e como está a produzir o mundo confortável em que vivemos. Este conjunto de trabalhos presta-lhes homenagem.
Particularmente ligado ao domínio da arte urbana, graffiti e arte visual contemporânea, Fidel Évora cresceu na Praia, Cabo Verde – onde nasceu – e na margem sul do rio Tejo, em Portugal. Apesar de reconhecer a importância de beber de várias influências na sua expressão artística, a presença do arquipélago sente-se em muitos dos seus trabalhos, “porque é a nossa origem, é de onde a gente vem”, disse-nos na última vez que se cruzou com a equipa da BANTUMEN.