Sammy, O Salmista é um artista cuja arte, até há muito pouco tempo, também eu rotulava, erradamente, de rap gospel. Sammy fez questão de rectificar-me, sublinhando que o estilo não existe e que a diferença está apenas no conteúdo que cada rapper passa, tendo ele escolhido a palavra do Evangelho.
Sammy é Samuel, nasceu em Portugal há quase 30 anos. Os pais emigraram para Portugal nos anos ’80, motivados por questões académicas e pela saúde do irmão mais velho, Jerry Escriba, um dos membros dos DH, pioneiros do hip hop na Linha de Sintra, e principal impulsionador da cultura rap no Sammy. Dessa altura, um dos episódios que recorda com um certo arrependimento é quando acompanhou o irmão numa entrevista ao programa de rádio de José Marinho, na Antena 3, e este convidou-o para fazer um freestyle. Samuel recusou por vergonha.
Cresceu em Queluz- Belas e é um artista da vertente cristã, inclinado para o rap, e lançou a sua primeira mixtape em 2012, com o título Santo e Pecador.
Na sua discografia, além da mixtape, tem um álbum, Hiphopcalipse, lançado em 2015 e 4 EPs. O último saiu em 2018 com o título Mais Intimidade. O artista foi a “mascote” dos DH, do qual o irmão fazia parte, dando hoje continuidade a esse trabalho.
Na musicalidade de Sammy encontramos versatilidade, que ganhou graças à irmã Suzana – que deu-lhe educação musical na infância, adquirida no Conservatório Nacional de Lisboa e nos vários eventos de teor Gospel em que participou.
Sammy tem voz de rapper, aquele timbre que prende o ouvinte. Contudo, quem está habituado a ouvir “Candy Shop” de 50 Cent ou “Herói” do Elenco de Luxo pode não ter um ouvido tão apurado para ouvir o Evangelho no formato de Rimas e Poesia.
O Salmista já procurou a BANTUMEN anteriormente para mostrar o seu trabalho, mas sentiu o peso de quanto o mercado é fechado, seja pelas labels ou por quem faz a comunicação deste trabalhos. Felizmente, desta vez, foi diferente. Enviou o link da faixa “Terra prometida” e, depois de ouvir os primeiros 50 segundos, estava eu a responder ao Sammy e a agradecer por ele ter insistido.
Entrevistámo-lo via Zoom, por cerca de 40 minutos, mas seleccionamos o mais importante da conversa. Abaixo, faz play e, em oito minutos, vais poder descobrir a arte de Sammy, que prometemos continuar a acompanhar.
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