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A obra de Sarah Maldoror em exposição em Luanda

Sarah Maldoror numa edição da Berlinale | DR
Sarah Maldoror numa edição da Berlinale | DR

Pela primeira vez em África, o trabalho da cineasta francesa Sarah Maldoror será apresentado numa grande exposição no Palácio de Ferro, em Luanda, com abertura ao público marcada para o dia 28 de abril de 2023.

Denominada “Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental” com curadoria de François Piron e Annouchka de Andrade, a exposição é uma iniciativa da Associação de Amigos de Sarah Maldoror & Mário de Andrade, em parceria com o Ministério da Cultura e Turismo, a Embaixada de França, a Fundação BAI e Academia BAI e o Camões-Centro Cultural Português.

A exposição celebra e reconhece um ícone, pioneiro em apresentar na cena internacional a luta do povo angolano pela sua independência usando o Cinema como uma arma.

Depois de passar pelo Palais de Tokyo, em Paris, e Torreão Nascente da Cordoaria Nacional em Lisboa, a exposição “Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental” que agora chega a Luanda, propõe e oferece uma deambulação numa paisagem – com efeito, aqui, uma paisagem de filmes – misturando imagens animadas, documentos, correspondências, fotografias e poesia. Um espaço será dedicado especialmente à ligação que a cineasta estabelecia com Angola através do testemunho de duas personalidades emblemáticas deste país, o escritor Luandino Vieira e, sobretudo, o intelectual e político Mário Pinto de Andrade, seu companheiro de toda a vida.

À margem da exposição serão realizadas uma série de atividades como, por exemplo, duas masters classes: a primeira sobre curadoria de Arte, intitulada “Sarah Maldoror, uma voz poética e política para a emancipação” e a segunda sobre como filmar festas populares. Ambas decorrerão no Camões – Centro Cultural Português e na Academia BAI, respetivamente.

Uma mesa redonda sobre o legado cinematográfico da cineasta para as futuras gerações terá lugar no Camões – Centro Cultural Português. Também realizar-se-ão exibições de filmes na Academia BAI e visitas dirigidas para crianças e adolescentes, no Palácio de Ferro durante o mês de maio.

Sarah Maldoror possui um portfólio de mais de 45 filmes, de todos os géneros e durações, aos quais se podem acrescentar outros tantos projetos que a cineasta não conseguiu levar a bom termo. Nenhum dos seus filmes obedece completamente às leis do género cinematográfico – documentário, ficção, retrato, paisagem, entre outros –, mas todos eles se assemelham no cuidado que demonstram em colocar a poesia à frente do discurso, em combater o preconceito e o racismo e em nunca sacrificar a experiência quotidiana da vida das pessoas em prol das ideias, numa ética que a própria encarnou até à sua morte, na primavera de 2020.

Obras de artistas angolanos como Ana Silva, Mónica de Miranda, Francisco Vandúnem (VAN) e Francisco Vidal também fazem parte da amostra e, de certa forma, são convidadas a dialogar com os filmes de Sarah Maldoror.

Uma série de máscaras de diferentes grupos e etnolinguisticos e culturais angolanos e artefactos e acessórios de carnaval, desde os mais antigos até aos mais recentes, serão também expostos em ressonância estética e interpretativa com fases da vida de Sarah Maldoror, em que interessou-se por estas produções materiais e refletiu sobre elas nos seus filmes.

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