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Sérgio Afonso, realizador angolano, estabelecido em Lisboa, que tens de conhecer

Sérgio Afonso | DR
Sérgio Afonso | DR

O primeiro trabalho, assim com olhos de ver, que assisti do Sérgio Afonso foi um minidocumentário sobre o concerto do Paulo Flores no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em maio.

Nessa narrativa, senti que este registo é só um começo de dez ou 20 documentários de mais de uma hora que o Paulo pode partilhar, captados pelo olhar do Sérgio. Afinal criar memória é isso, não é? Confiar em alguém que respeita o nosso caminho, nos entende e não cria apenas conteúdo, acompanha, acrescenta amor e respeito.

Na semana passada, no Arquiteturas Film Festival, no Cinema São Jorge, o documentário “Do outro lado do mundo”, com o selo da Geração 80, da qual o Sérgio faz parte, confirmou que construir uma narrativa que envolve diversidade é benéfico para Lisboa, Portugal, mundo e para esta fase tão desafiante de direitos humanos que estamos a viver.

“Do outro lado do mundo” conta duas histórias de amor de duas mulheres, que têm por base a China e Angola. Na Banda, os espaços físicos em que estas se encontram são a periferia recém-construída de Luanda e o Bentiaba, uma vila angolana que se localiza na província de Namibe. 

É uma povoação costeira e banhada pelo rio Bentiaba, que forma um pequeno oásis e a agricultura é o meio de sustento da povoação. Lá, o tempo parece não passar.

Encontramos Paulina, uma jovem angolana que nos conta a sua história de amor com Johnny. Um emigrante chinês que lá foi parar, como tantos outros para construir uma estrada que ficou inacabada.

Podia ser um conto de amor que une dois continentes, que ao longo dos anos são mais prováveis do que as relações entre a China e a Europa, mas a forma como ela nos é narrada, cola-nos ao filme. 

Pela estrada da vida de Paulina encontramos dois filhos e uns pais que temem pelo futuro da filha e que acreditam que casar em “casa” torna tudo “mais melhor.” Redundâncias que a escrita e a vida, por vezes, nos trazem, já que neste filme nada é ficção.

Mas também, neste país que tantas vezes não é contado com dignidade, o documentário mostra a união familiar, o amor além do amor e de que a cultura angolana é muito mais do que é vendido para fora. Sem mencionar a nossa fauna e flora que não precisam ser maquilhadas para darem bons planos. 

Já em Luanda Sofia, nome adaptado da jovem chinesa e decidida que casou com Inácio – um ex-bolseiro que estudou na China – os desafios são outros, sendo que o denominador comum que tem com Paulina é o amor. 

Sem termo de comparação, Sofia não fala português e acompanhamos o seu dia a dia na busy Luanda onde o crime e o medo a inibiram de trazer o filho recém-nascido de ambos. 

Essa resistência demonstra que, culturalmente, ainda sabemos muito pouco uns sobre os outros neste globo que chamamos mundo. Em Angola, as nossas crianças continuam a crescer e a serem felizes mesmo com as nossas malambas (problemas).

Ao longo do tempo em que a película torna-se uma eternidade deliciosa, nos 52 minutos que Sérgio teve para mostrar-nos esta realidade, fico também com a sensação de que o amor tem de vir com empatia.

E por falar em empatia, tal como dito no início, desafio-te a conhecer o trabalho do Sérgio Afonso que podes encontrar no seu canal de YouTube ou, através do seu Instagram, a aprender sobre técnicas de fotografia.

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