Sílvio Nascimento arrumou as malas e seguiu para Lisboa onde ingressou em dois novos projectos. A rodar uma novela portuguesa e a dar os primeiros passos na apresentação televisiva, fomos descobrir um pouco mais sobre esta nova fase do actor, num espaço que respira boa vibe, o miradouro de São Pedro de Alcântara.
O “Augusto é um personagem complicado, problemático”, que em breve vamos poder ver em “Amor Maior”, a nova telenovela do canal português SIC. É um personagem diferente de todos os outros que já tenha interpretado. É um homem amargo, que se deixou afundar nas agruras da vida e que revela no Sílvio um homem violento e frio. No entanto, independentemente do grau de dificuldade, a dedicação é sempre a mesma. “Eu posso dar muito mais daquilo que já me foi dado. Se o personagem é assim, eu vou lutar para ser assim. Eu dedico-me. Se me disserem para ser uma mulher, eu serei a melhor mulher.”
As filmagens têm levado o actor para o pequeno paraíso de São Tomé e Príncipe, onde as gravações são intensas. Quando estão a rodar em Portugal, o tempo é menos limitado e dá para travar amizade com os novos colegas de estúdio.
“Têm uma experiência diferente [comparando com os colegas de profissão em Angola], são actores e reconhecem um outro actor, não querem saber qual é o teu nível de experiência, se é bom ou se é mau. Fui abraçado como pessoa primeiro e depois como actor.” Nas palavras de carinho reconhece José Fidalgo, Sara Matos, João Jesus, Inês Castel-Branco e Rita Loureiro, entre outros.
“Somos uma família. Fui muito bem recebido. Tenho tido o respeito e a valorização que muitas vezes não temos em Angola.”
Além de “Amor Maior”, há ainda a apresentação de um programa de entretenimento para a televisão angolana. Os episódios estão a ser gravados em Lisboa e este pode ser o início de uma nova grande etapa na sua carreira.
Se pudesse, Sílvio ficaria por terras lusas. Gosta do clima, da comida e da boa educação de com quem se cruza. “O calor humano das pessoas é muito agradável, as pessoas são muito afáveis. No geral, gosto muito da forma como actuam umas com as outras. Fazes uma pergunta a uma pessoa e ela predispõe-se a responder-te, a explicar-te, em perceber se tu percebeste e não tem problema algum em explicar-te um pouquinho mais. Isso é algo que eu não vejo todos os dias de onde venho.”
Num futuro próximo, há uma outra vertente de Sílvio que poderá vir a ser explorada. Além de actor e apresentador, a escrita é uma das artes que o acompanha desde sempre. As palavras começaram a ganhar forma quando a dor da perda do irmão precisava de voz. Na altura, em 1998, os poemas foram o canal escolhido mas hoje o que continua a escrever pode vir a servir para criar peças de teatro ou quem sabe um filme, visto que os eu amor maior é o cinema.
