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Smoovie J Wiz, quando a música salva vidas

Smoovie Wiz
Smoovie Wiz | © DR

Smoovie J Wiz é um artista a quem a vida tem mostrado que a música é a amarra que mantém o seu barco atracado em dias de tempestade.

Nascido em Catió, na Guiné-Bissau, Jaime Abdu Na Man Sa, o nome com que foi registado, teve de enfrentar a sua primeira adversidade aos cinco anos. O pai foi à procura de melhores condições de vida nos Estados Unidos, deixando a família para trás. Entretanto, mudou-se para Bissau e a casa que o abrigou sempre foi uma roda viva de convivências. Ali viviam ele, as irmãs, a mãe, tios e tias maternos, primos, entre outros familiares. A calma regressava quando voltava a Gabú, para passar algum tempo com o avô.

Entretanto, aos 17 anos, a vida voltou a trocar-lhe as voltas. A mãe falecera. Francisca era a força motriz de casa e quem garantia que financeiramente não faltasse nada. “Não tínhamos muito na altura mas ela dava sempre a virada para pôr comida na mesa para a família toda”, explica-nos o artista.

Com a perda da mãe, Smoovie J Wiz teve de separar-se da família e partir rumo aos Estados Unidos, ao encontro do pai.

A mais de 6.500 quilómetros de distância de tudo o que conhecia, mais de dez horas de voo e um fuso horário de seis horas de diferença, pisar em terras de Tio Sam foi um embate duro para Smoovie. Desconhecia a língua, as ruas, os cheiros, os comportamentos das pessoas. Foi como se tivesse mudado de planeta. Com a mudança repentina, abriu-se espaço para a depressão instalar-se.

Foi a música que o ajudou a manter alguma esperança. Passava horas de fones nos ouvidos, a recordar os tempos de miúdo em que fazia concursos de playback com os amigos em Bissau e dos momentos em que imitava os passos de dança de Michael Jackson.

Dois anos depois, em 2019, decidiu começar a escrever, comprou um beat e gravou a sua primeira música, “All I Need”. Parecia que a vida começava a encarrilhar, até que a morte voltou a bater-lhe à porta. Mais duas pessoas por quem nutria um carinho especial e que o educaram na infância partiam, a avó e um tio.

A recaída na depressão foi natural. Contudo, a maturidade que agora tinha permitira-lhe ultrapassar os problema de outra forma. “Acabei por vencer a depressão com terapia. Falar das minhas batalhas, fazer meditação, aprender a respirar melhor e confiar em mim mesmo fizeram-me enfrentar melhor a depressão”, afirmou o artista.

Hoje, a única coisa que o interessa é singrar na música, deixando as mágoas no passado, “porque tudo na vida passa”.

“Na minha música quero falar de amor, de boa vibe. Porque é nessa onda que estou agora”. Há quase um mês lançou “With Me” um love song, onde é exatamente essa vibe que transparece, em cima de um instrumental de afrobeats.

O objetivo é continuar focado na sua música, a trabalhar para a amadurecer e fazê-la chegar ao maior número de pessoas possível.

O seu percurso é muito recente e a frequência com que vai criando não é a ainda desejável para instigar a melhoria mas, afinal de contas, está nos Estados Unidos – mais concretamente em Washington DC -, terra das oportunidades e onde nenhum sonho é impossível de concretizar.

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