Santiago Costa, mais conhecido como Tiller, é um rapper, produtor e compositor luso-angolano, fundador e cara da Plenitude Music, e é um talento do rap que deves manter debaixo de olho neste 2023.
Tiller nasceu em Luanda, filho do Cazenga, tendo, posteriormente, passado por diversos bairros da capital.
O início da sua investida no universo da música deu-se através da dança. O artista fez parte de um grupo de AfroHouse em Luanda. Na altura, por ser demasiado tímido, dançava menos que os outros integrantes e escondia-se, grande parte das vezes, nas animações de composição arrojada.
Ainda muito cedo, o rapper mudou-se de Luanda para Lisboa, onde passou a maior parte da sua vida. Aí, desenvolveu o gosto pela música, por influência da mãe e do irmão, e pelas artes marciais, que praticou ainda no tempo de escola.
A timidez de Tiller levou-o a olhar para a música como um refúgio e um lugar de consolação. Passava horas preso à televisão para acompanhar os hits da MTV Base e os musicais do Disney Channel. Com a mãe, ouvia Sara Tavares e Paulo Flores, e o irmão mais velho apresentou-o a NGA, líder da Força Suprema, e a Hallowen. Para o artista, começava aqui uma viagem sem retorno.
Depois de algumas idas e vindas entre Angola e Portugal, o rapper lançou-se de cabeça no mercado profissional e, em 2018, surge então o seu primeiro grande trabalho: o single “Abençoa”.
“Abençoa”, que é uma faixa trap cujo refrão foi inspirado na música “Aleluia” do conterrâneo Paulelson, teve um impacto similar ao de uma montanha russa. Por um lado, foi um êxito em termos de números nas plataformas de streaming e até de expansão do nome do artista, porém, do outro lado, havia quem bradasse que o single seria um plágio à música de Paulelson.
Tiller quis revidar e responder às acusações e decidiu disponibilizar o seu primeiro EP, Plágios, com uma sequência no ano seguinte.
A popularidade do EP trouxe-lhe alguma consistência no crescimento – principalmente da sua fan base – empurrado também por alguns destaques no canal Afromusic.
Depois de Plágios 1 e 2, Tiller teve a sua voz em quatro faixas do álbum Molly Love do rapper Monsta. A seguir, convidou o artista da DopeMuzik a colaborar com Deezy em “Merecia”. O single é um soul/rnb da autoria de Tiller, que fala sobre despedidas e saudades e que chegou a meio milhão de visualizações no YouTube.
Talento não é tudo, o talento é só uma parte daquilo que é preciso para alcançares tudo aquilo que mereces
Tiller
Além destas, outras participações de peso constam no portfólio de Tiller, entre elas “Shooters”, de Cintia, “Prayn”, de Waze, Fam, com Eric Rodrigues dos Mobbers, “Kuiar Assim”, com Mulatooh, do grupo Lebasi, etc.
Apesar do senso independentista e de ter sido sempre o protagonista das suas letras e produções, há dois anos, os caminhos de Tiller cruzaram-se com os de Wilton Plenitude. Ambos criaram a Plenitude Music, gravadora que o assina e da qual é o rosto principal.
“Conheci o meu grande irmão, uma das pessoas mais importantes na minha vida neste momento, que me disse ‘puto acredita em ti. Tu tens talento e muito potencial para mostrar ao mundo’. Só que talento não é tudo, o talento é só uma parte daquilo que é preciso para alcançares tudo aquilo que mereces”, disse-nos o rapper.
“Ele disse que eu seria o ponta de lança e a cara desta produtora. Ele já tinha a ideia do que criar, que artistas chamar para destronar o monopólio das grandes labels e dando oportunidade aos mais novos. Então surgiu a Plenitude Music”, acrescentou.
A sua fome de conquistas não é inocente. Tiller sente-se orgulhoso pelo trajeto e frutos que já alcançou mas não se dá por satisfeito. Quer mais. Quer atingir o ponto mais alto possível. Furar os limites e furar a indústria. Para Tiller, não existe um outro amor ou propósito de vida senão a música e, por isso, vai continuar a trabalhar para duplicar, e quem sabe triplicar, as visualizações e vendas.
“Tudo o que conquistei é meu e é nosso, das pessoas que estão comigo e que trabalham comigo. São essas pessoas que fazem acontecer e que o mundo conheça o Tiller. Nunca tivemos uma distribuição da Sony, da Altafonte ou da universal, nunca tive uma produtora ou algum agente que tratasse desse tipo de serviços que normalmente é suposto teres para alcançar no mercado. tudo o que tenho, é pelo meu esforço e daqueles que estão do meu lado”, reflete.
A cor púrpura é das pessoas que têm uma empatia com o universo e com as outras pessoas.Tiller
Nessa corrida, está já previsto o lançamento do seu próximo EP, Púrpura. O título é uma referência à “cor da minha alma”, como o próprio indica.
“Queria que tivesse seguimento em relação ao Plágios mas eu sou uma pessoa religiosa. Eu ia todos os finais de semana com a minha mãe rezar em Calumbo [em Viana, arredores de Luanda, onde se encontra o santuário cristão de São José e acontece uma peregrinação anual]. Aos domingos, estava sempre na igreja com a minha mãe. Sempre fui uma pessoa muito espiritual e conectada ao universo. O título do meu novo EP é baseado na cor da minha aura. Todos nós temos uma aura e todas as auras têm uma cor, tal como temos um signo. A cor púrpura é das pessoas que têm uma empatia com o universo e com as outras pessoas. Sentem a dor dos outros e fazem que essas pessoas se confortem e sintam-se melhor. Eu decidi partilhar com o mundo que sou púrpura e muitos de vocês também são. E sendo que sou o que sou, posso recolher as vossas energias negativas a transformá-las em energias positivas, com a vibe, a melodia, o flow, a métrica da minha música”, explica-nos o rapper.
Com previsão de lançamento deste novo projeto no dia 10 de março, fica atento às plataformas de streaming onde o artista se faz presente e à BANTUMEN onde iremos anunciar todas as suas novidades.
