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Timnit Gebru: investigadora acusa Google de falta de rigor e censura

Timnit Gebru | Robert Wright
Timnit Gebru | Robert Wright

Timnit Gebru, uma investigadora do ramo da ética na Inteligência Artificial da Google, diz ter sido despedida, após ter criticado a ética da empresa no que diz respeito ao preconceito racial em tecnologia. Gebru acusa o gigante da tecnologia de “silenciar as vozes marginalizadas” e afirma que os sistemas de reconhecimento facial estão apenas calibrados para reconhecer rostos brancos.

A polémica, contudo, instalou-se depois de Timnit ter enviado aos colegas um email, onde expressava a sua frustração pela diversidade de género no ramo da Inteligência Artificial da Google. A investigadora foi mais longe e aproveitou a mensagem para questionar o rigor dos directores da empresa face às disparidades existentes entre a forma como eram revistos os seus trabalhos e a forma como eram revistos os trabalhos de colegas com outras origens.

Ao que tudo indica, esse email terá estado na base do seu despedimento. Foi na sequência do sucedido, e através da rede social Twitter, que Timnit Gebru fez saber que foi afastada dos sistemas da Google sem qualquer aviso ou conversa acerca do conteúdo da mensagem que tinha enviado.  

Rapidamente vários colegas se juntaram numa onda de solidariedade para com a investigadora e criaram a petição “Standing With Dr. Timnit Gebru – #ISupportTimnit #BelieveBlackWomen”, que conta já com mais de mil assinaturas, todas elas provenientes de trabalhadores da Google. “Temos uma dívida de gratidão com ela por avançar não apenas no campo da inteligência artificial, mas por promover igualdade com humildade e graça.”, afirma um dos colegas de Gebru em declarações à imprensa.

A gigante da tecnologia não ficou indiferente à polémica e já reagiu. Jeff Dean, Chefe da Unidade de Inteligência Artificial da Google, afirma que a decisão de deixar a gigante da tecnologia partiu de Timnit, sob forma de ameaça. De acordo com Dean, e com informação confirmada posteriormente pela agência Reuters, Timnit Gebru ameaçou despedir-se caso não lhe dissessem quais os colegas que não concordavam com a publicação de um documento escrito pela própria. A Google terá rejeitado indicar os nomes e, de acordo com o Chefe da Unidade, terá sido esse o motivo do afastamento de Gebru da empresa.

Sobre o documento, Jeff Dean afirma que o mesmo não foi entregue a tempo da revisão e, por consequência, foi publicado sem a permissão da empresa. O Chefe da Unidade de IA fez saber também, através de email, que algumas das opiniões da investigadora não foram tidas em conta por, na sua opinião, estarem ultrapassadas.

Pese embora a polémica com a Google, a luta de Gebru nesta temática não é recente. A investigadora, além de sempre ter questionado o preconceito em IA, é também a co-fundadora de uma organização sem fins lucrativos, a Black in AI, que atua com o intuito de aumentar a representatividade de pessoas negras no campo da artificialidade. Timnit foi, em 2018, co-autora de um documento, considerado de referência, sobre o preconceito da tecnologia quanto à análise facial de tons mais escuros.

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