Yuri da Cunha realizou mais um concerto do ciclo “Yuri da Cunha canta Teta Lando”. Nesta terceira apresentação, que aconteceu no Royal Plaza Hotel, em Luanda, o artista homenageou Teta Lando e os músicos Massano Jr. e o lendário guitarrista Marito, ex-integrante do grupo Kiezos.
Se fosse para definir o concerto de Yuri de Cunha numa palavra seria “nostalgia”, pois o cantor proporcionou bons momentos de saudade, cantando músicas do célebre Teta Lando, falecido em 2008.
O concerto começou às 15 horas com uma intro que ligava à primeira música “Lufua Lua Nkadi”, antes de saudar o público presente. Seguiu-se “Ntoyo”, “Angolano Segue em Frente” e “Wembo Wembo”.
O concerto foi dividido em quatro cenas, “A Primeira Vez”, “O Exílio”, “Regresso” e “Sonho de um Camponês”. Algumas começaram com recitações poéticas na voz de Kaxtuto, noutras Yuri falava para o público sobre inúmeros assuntos, como a importância da passagem de testemunho artístico e o legado de Teta, culminando com algumas exibições de registos antigos de Teta Lando.
Para partilhar o palco, Yuri da Cunha convidou artistas como Maya Cool e Prodígio e no final do concerto, pediu-se para se juntarem ao palco figuras como Jojó Gouveia, Rei Weba e Jomo Fortunato, que ajudaram no seu desenvolvimento como artista.
Aos microfones da BANTUMEN, o atual ministro da Cultura angolana, Jomo Fortunato, manifestou a sua satisfação pelo resultado do evento e parabenizou Yuri da Cunha, aproveitando para dar a sua opinião sobre a importância deste tipos de eventos.
“É um incentivo para os jovens cantar em línguas nacionais”, disse o ministro. “É um espetáculo exportável Temos de começar a pensar em exportar esses produtos culturais… Nós temos mais de meio século de história da música popular angolana e temos grandes figuras importantes que devem ser revisitados pela geração mais nova”, acrescentou.
Depois do concerto, Yuri da Cunha explicou o que representa Teta Lando para si. “Teta Lando representa o ‘tapar do buraco’ que existe em nós. Teta fala de amor, de angolanidade, do equilíbrio e sobre a nossa sanidade mental”, disse o artista.
Yuri disse também à BANTUMEN que pretende levar esta homenagem além de fronteiras, passando por alguns países e cidades onde o artista pisou os pés e viveu as suas experiências pessoais e artísticas.
“Eu gostaria de levar [o concerto] em primeiro lugar para Paris, onde Teta viveu a sua vida artística, o seu exílio, onde chorou bastante”, disse Yuri.
Acrescentou que gostaria de fazer um trajeto parecido com o de Teta Lando, passando também por Mbanza Congo, República Democrática do Congo.
“Isso depende de como as empresas angolanas acreditam na cultura. Todos nós seremos grandes se estivermos juntos. Angola é só uma”, finalizou.
Não é a primeira vez que Yuri relembra em concerto músicas das lendas da música angolana, como André Mingas, e disse que pretende realizar uma edição especial dedicada a Bonga.
O concerto “Yuri da Cunha canta Teta Lando” é uma realização da Xicote Produções e Kwety, e tem a direção artística de Paulo Flores.
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