África tem trabalhado afincadamente contra a propagação da covid-19, seja com as medidas de prevenção adoptadas praticamente ao mesmo tempo que a Europa; mesmo registando na altura um fraco número de casos, seja no despiste da doença. Na Nigéria, o professor Christian Happi é uma das figuras que tem apostado dia e noite nesta segunda hipótese.
Professor de Biologia Molecular e Genómica no Centro Africano de Genómica de Doenças Infecciosas da Universidade do Redentor, na Nigéria, Happi desenvolveu um kit de diagnóstico rápido com a sua parceira de trabalho de longa data, Pardis Sabeti, que também exerce a função de docente no Centro de Biologia Organísmica e Evolucionária da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Ambos priorizam os testes como resposta à disseminação do coronavírus juntamente com outros protocolos, que estarão responsáveis pelo rastreamento de contatos, distanciamento social e colocação de equipamento de proteção pessoal para controlar a circulação aérea das gotículas, principalmente de pacientes assintomáticos.
Em entrevista ao site Premium Times, Happi disse que os kits de teste contra a covid-19 estavam “prestes a ser lançados”.
Tendo alguma experiência no combate de surtos, Happi espera que os órgãos e instituições a nível nacional da Nigéria façam parceria com o centro de pesquisa.
“O bom deste teste é que leva apenas trinta minutos e pode ser administrado por qualquer pessoa, em qualquer lugar, ao contrário do teste de PCR, que leva de 7 a 8 horas e requer o uso de máquinas pesadas”, disse Happi.
Ao contrário dos outros testes já publicados, a particularidade do PCR (Polymerise Chain Reaction) é que é usado para detetar a presença do ácido nucleico do coronavírus de forma direta, em vez da presença dos anticorpos.
Além de poupar tempo ao paciente, o PCR será disponibilizado por um preço acessível, embora ainda não confirmado.
Este teste recebeu ainda o nome de Sherlock, inspirado no famoso e exímio detective criado por Sir Arthur Conan, em 1887.
Happi e Sabeti têm colaborado estreitamente há mais de duas décadas, tendo colaborando também no teste rápido de diagnóstico para o surto de Ébola de 2014, que recebeu um reconhecimento da OMS.
No início de junho, África foi tendo um aumento notório de casos confirmados e mortes causadas pela covid-19. Segundo o Worldmeters, o continente possui um total de 396.674 casos confirmados, com um total de 9.921 vitimas mortais. A Nigéria tem um total de 25.133 de casos e 573 pessoas morreram.
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