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O escritor moçambicano Eduardo Quive está prestes a lançar uma obra literária de forte impacto, intitulada Mutiladas, que será apresentada no Centro Cultural Franco Moçambicano, na capital do país, no dia 15 de maio.
Com uma narrativa que mergulha nas profundezas do quotidiano marcado pela violência, Quive revela que a inspiração para este livro foi uma fusão de experiências pessoais e observações da sociedade. Durante sua residência literária em Lisboa, em setembro de 2022, o autor escreveu muitos dos contos que compõem esta obra. A violência, tanto gratuita quanto estrutural, é um tema recorrente, levando-o a refletir sobre as origens e as consequências desse fenómeno na sociedade moçambicana.
Descrever este livro foi um desafio, pois Quive queria manter a autenticidade das narrativas, sem suavizar os eventos violentos narrados. Para ele, a literatura deve provocar reflexões sobre as complexidades da condição humana e despertar o interesse dos leitores pelas contradições entre discurso, hábitos e ações.
Embora Mutiladas não faça parte de uma coleção formal, está alinhado com o interesse do autor em explorar os dramas humanos e as relações sociais. Quive tem como objetivo fazer com que os leitores entrem na complexidade das experiências narradas, sem necessariamente procurar ser compreendido, mas sim, despertar a curiosidade sobre a condição humana.
Um dos pontos únicos deste livro é a sua abordagem intimista, como se fosse um diário pessoal, revelando segredos e confissões. Quive espera que cada leitor encontre uma conexão singular com as histórias, já que o livro é direcionado para quem está disposto a explorar as nuances do ser humano.
Um excerto do livro mostra a intensidade das narrativas de Quive, onde descreve uma cena violenta de forma crua e impactante, evidenciando a coragem e a vulnerabilidade das personagens.
Eduardo Quive, nascido em 1991, é um escritor e jornalista moçambicano. Com uma carreira que iniciou na comunicação, focou-se no jornalismo cultural a partir de 2012, contribuindo para vários meios de comunicação, incluindo jornais, revistas e televisão. Atualmente, é editor da Newsletter “RADAR” do festival Maputo Fast Forward, escreve para a revista de bordo da LAM, a Índico, e é coordenador de comunicação da Fundação Fernando Leite Couto.
Quive é conhecido pela sua poesia e narrativa marcantes. O seus trabalhos anteriores incluem “Para onde foram os vivos”, “Lágrimas da Vida Sorrisos da Morte” e “Brasil & África – Laços Poéticos”. Em 2020, co-organizou o livro “O Abismo aos Pés”, com entrevistas a 25 escritores lusófonos sobre a pandemia do novo coronavírus. Em 2022, após vencer o programa de Residência Literária Maputo-Lisboa, passou um tempo em Lisboa, onde escreveu parte de “Mutiladas”, lançando agora uma obra que promete impactar os leitores com sua autenticidade e intensidade.
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