Procurar
Close this search box.

Estes “Álbuns de Família” contam as histórias da Diáspora Africana na Grande Lisboa, de 1975 até hoje

Álbuns de Família é uma exposição com curadoria cintífica de Inocência Mata e Filipa Lowndes Vicente, inaugurada já no dia 28 de abril, no Padrão das Descobertas portuguesas, em Belém (Lisboa), e que procura recordar e visibilizar a autorrepresentação da diáspora africana em Portugal. A mostra vai estar disponível até ao dia 30 de novembro de 2024.

Os “álbuns de família” exibidos contêm imagens registadas pelos próprios indivíduos ou herdadas de familiares próximos, desde 1975, o ano em que os países africanos colonizados por Portugal conquistaram a independência. São essencialmente fotografias analógicas, impressas em papel, que refletem a vida quotidiana dos portugueses afrodescendentes e dos africanos que escolheram Portugal como lar. Estas imagens foram guardadas em álbuns, molduras, caixas e gavetas, ou em formatos digitais, armazenadas em telemóveis e computadores.

“Nesta nova exposição, as histórias pessoais cruzam-se com a história coletiva e política, para criar uma contra-narrativa aos milhares de fotografias de pessoas negras em contexto colonial que existem em arquivos públicos e privados portugueses, imagens que nunca pertenceram às próprias pessoas fotografadas. A essa representação imposta – em que as pessoas surgem quase sempre em situações de desigualdade e raramente na sua individualidade, com nome e apelido – contrapõem-se, aqui, histórias de autorrepresentação contadas em discurso direto”, pode ler-se na descrição do acervo fotográfico.

Foi em Lisboa e nas zonas limítrofes da capital que se instalou a grande maioria dos africanos vindos para Portugal nas últimas décadas e, portanto, onde reside hoje a maioria da diáspora africana. Continua, por isso, a ser uma das cidades mais africanas da Europa e com muitas portuguesas e portugueses negros, sobretudo desde há 50 anos.

A mostra acontece à margem do fim da Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), estabelecida pelas Nações Unidas para promover o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento, e da celebração dos 50 anos de democracia em Portugal (1974-2024). O propósito é lembrar as vidas e as histórias de africanos e portugueses descendentes de africanos que viveram sob o domínio colonial português, ao mesmo tempo que reflete sobre a evolução da tecnologia fotográfica ao longo dos últimos 50 anos.

Responsáveis pela curadoria, Filipa Lowndes Vicente é historiadora e investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e Inocência Mata, natural de São Tomé e Príncipe, é ensaísta, investigadora e professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

Recomendações

Procurar
Close this search box.

OUTROS

Um espaço plural, onde experimentamos o  potencial da angolanidade.

Toda a actualidade sobre Comunicação, Publicidade, Empreendedorismo e o Impacto das marcas da Lusofonia.

MAIS POPULARES