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É a pregar partidas às pessoas nas ruas de Luanda – algumas beiram um ataque taquicardíaco -que, há cerca de dois anos, Selson da Fonseca, tem conquistado o coração do mundo, somando mais de 17 milhões de visualizações nos seus vídeos, no YouTube. Depois de Baptista Miranda e Manze, está é a história do terceiro YouTuber mais seguido em Angola, que completa assim – para já – o restrito clube dos youtubers nacionais com mais de um milhão de subscritores.
Em entrevista exclusiva à BANTUMEN, o jovem de 23 anos contou-nos a sua experiência, desde os primeiros passos no digital até ao momento atual, as dificuldades que tem enfrentado e o que pretende alcançar.
Durante nove anos, Selson da Fonseca praticou capoeira, uma arte que o preenchia até ter partido uma perna durante num torneio em 2019. A partir daí, as redes sociais acabaram por preencher um vazio, sobretudo conteúdos dos fazedores de mêmes. Com a Covid-19, a vontade de também contribuir para esse universo cresceu. “Naquela altura, achava que os likes eram mais importantes e eu queria ter esse poder”, recordou e contou que foi aí que abriu a sua primeira página no Facebook, porém, não obteve o sucesso esperado.
Apesar de inúmeras tentativas falhadas, a busca incansável pelos likes fez com que Selson continuasse a trabalhar até começar a ter feedback positivo, ganhando visibilidade. Foi assim que, em 2021, criou contas nas outras redes sociais e um canal de YouTube, impulsionado pelo atual agente, que nele reconheceu talento para fazer algo além dos mêmes. Acatando o conselho, Selson começou a fazer vídeos de dublagens e posteriormente passou a pregar partidas, vídeos pelos quais é hoje conhecido como o “Rei das Pegadinhas”.
Para Selson, o YouTube representa “uma grande ferramenta para aprendizagem”. É tão importante para ele que considera a plataforma como uma escola, uma casa, um emprego e uma oportunidade. “Entretenho-me e encontro conhecimento de diversos assuntos. É uma verdadeira escola”, declarou.
Com as referências de MrBeast (maior youtuber do mundo) e do brasileiro Whinderson Nunes, apesar de querer singrar no meio, o jovem considera que em Angola não existe mercado de criadores de conteúdos digitais, dado ao facto de os empresários não valorizarem o trabalho que fazem. “Somos inexistentes para eles”, lamentou. O criador dá o exemplo de Baptista Miranda, que passou a ser respeitado depois de imigrar para o Brasil.
Apesar de ainda estar à espera das placas douradas, Selson contou-nos que, tirando os bens como computador, terreno e outros que já adquiriu, o YouTube é o principal meio de sustento da sua família.
As dificuldades causadas pela inexistência de um mercado para criadores de conteúdo, fizeram Selson desviar-se do mercado angolano para optar por criar conteúdo mais direcionado ao mercado brasileiro. Atualmente, é ali que onde está concentrada a maior parte dos seus subscritores. Ainda assim, com o Brasil na mira, Selson não se esquece de Angola. “Gostaria um dia ser reconhecido como o maior youtuber de Angola. Não como um digital influencer, mas como o maior youtuber de Angola. Ser reconhecido como aquele mano bem ‘mau’ de Angola”, explicou.
No findar da nossa conversa, Selson revelou também que um dos seus maiores desejos é oferecer uma casa à sua mãe e um carro de luxo ao seu agente Walter Moura, como símbolo de reconhecimento de todos os sacrifícios que este tem vindo a fazer em prol do seu bem-estar . “O que ele fez por mim, mais nenhum humano faria. Eu não ganhava nenhum tostão no YouTube e o Walter decidiu dar-me um milhão e 350 kwanzas”, terminou visivelmente emocionado.
Ainda sobre os seus sonhos, futuramente, Selson da Fonseca vê-se nos Estados Unidos a trabalhar como ator de comédia. “Vejo-me nas telas dos EUA como um grande ator”, vislumbrou.
Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.
Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para redacao@bantumen.com.
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