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Os dados definitivos dos Censos 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro, mostram que, em Portugal, naquele ano, residiam 542.165 pessoas de nacionalidade estrangeira, isto é, 5,2% do total da população residente em Portugal. Trata-se de um crescimento de 37% quando comparado a 2011 (147.669 pessoas).
Depois dos brasileiros, que representavam, naquele ano, 36,9% desse valor (ou 199 mil pessoas), surge a comunidade angolana como a segunda mais representada (5,8% ou 31 mil pessoas), seguindo-se a cabo-verdiana, em terceiro, com 5,0% ou 27 mil pessoas.
Olhando para os dados, é possível perceber que Cabo Verde e Angola inverteram posições no espaço de 10 anos. Segundo o gabinete de estatísticas português, enquanto a comunidade angolana cresceu 17,1% para 31 mil pessoas, comparativamente a 2011 – ano em que se contabilizavam mais de 26 mil imigrantes daquele país a residir em Portugal – os cabo-verdianos registaram uma queda significativa de 30% quando comparado com o mesmo período, caindo de 38 mil migrantes residentes, em 2011, para 27 mil em 2021.
A queda também se verifica quando se analisam os dados referentes aos imigrantes guineenses que, em 2011, ascendiam aos 16 mil mas que, em 2021, abrandaram para cerca de 15 mil migrantes residentes. E ainda os são-tomenses: De 2011 para 2021, a queda foi de 3,7%, embora ainda esse valor se traduza em mais de 10 mil migrantes residentes em Portugal, daquele país, no período em análise.
Os moçambicanos surgem em contraciclo com esta última tendência apontada, ainda que seja de forma residual: de 2011 para 2021 os migrantes residentes daquele país em Portugal aumentaram de 3,7 mil para 4,2 mil pessoas (mais 517).
Embora os Censos não justifiquem a razão desta quebra, o motivo poderá estar associado com a aquisição de nacionalidade portuguesa: desaparecem da contabilidade da imigração mas mantêm-se no país, agora como nacionais.
Estes dados não refletem, no entanto, as maiores nacionalidades representadas em Portugal.
Embora o Brasil, Angola e Cabo Verde componham os três países com maior peso, antes dos restantes países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), os Censos revelam que o Reino Unido (4,5%), a Ucrânia (3,9%), a França (3,5%) e a China (3,1%) tinham, em 2021, mais peso na população residente em Portugal.
A Guiné-Bissau representou 2,8% do total, ocupando a oitava posição, e antes de São Tomé (1,8%), contabiliza-se, ainda, a representação da Índia, Roménia e Itália (a representaram 2,6% do total) seguindo-lhe o Nepal e Espanha (2,4%) e a Alemanha (2,1%).
“Na última década, alterou-se ligeiramente o grupo das nacionalidades mais representativas, com o reforço dos nacionais de países asiáticos e da União Europeia e o decréscimo da representatividade das nacionalidades dos PALOP”, explica o documento divulgado.
Em termos de distribuição geográfica, a Área Metropolitana de Lisboa acolheu, em 2021, 46,9% do total de estrangeiros residentes em Portugal, seguindo-se a região Norte e a região Centro com 17,1% e 15,5%, respetivamente. No extremo oposto, encontrava-se a Região Autónoma dos Açores, com apenas 0,6% do total da população de nacionalidade estrangeira.
Quanto ao seu perfil, os Censos indicam que, em 2021, existia uma maior concentração de mulheres de nacionalidade estrangeira residente em Portugal do que homens (276 mil e 265 mil, respetivamente), o que se traduzia numa relação de masculinidade de 96 homens por cada 100 mulheres.
Analisando as principais nacionalidades dos PALOP, verificam-se diferenças bastante significativas na composição por sexo: nos nacionais de Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, por exemplo, as mulheres tinham maior representatividade, com valores entre os 77 e os 96 homens por cada 100 mulheres.
Relativamente à idade média, é possível verificar que a população dos PALOP residente é mais jovem do que a população de nacionalidade portuguesa.
Enquanto os angolanos residentes em Portugal tinham, em 2021, uma idade média de 34 anos, e os cabo-verdianos 37 anos, o valor desceu quando se analisam as idades médias dos guineenses e são-tomenses, ambos a situarem-se numa média de 32 anos.
Quanto ao nível de escolaridade, os migrantes residentes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé têm, a sua grande maioria, o seu secundário concluído (mais de 30%), valor que cai quando se tratam dos imigrantes angolanos (21%), cabo-verdianos (8%), guineenses (11%) e são tomenses (6%) com o ensino superior concluído.
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