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Fidel Évora e a arte cabo-verdiana do antagonismo

Fidel Évora
Fidel Évora

Há pouco mais de um mês que Oxi dretu, manham mariádu está em exposição na Movart, em Lisboa. Inspirado pela obra de Orlando Pantera, um dos maiores compositores de Cabo Verde, e pela vida antagónica tipicamente cabo-verdiana – que hoje pode ser muito boa e amanhã poderá ser muito má – Fidel Évora oferece-nos até ao dia 14 de abril uma exposição que alia diferentes técnicas artísticas às suas noções de si próprio e do outro.

Estivemos no seu atelier no Barreiro, onde falou-nos sobre Oxi dretu, manham mariádu. “É um bocadinho a minha visão de como é a vida tradicionalmente cabo-verdiana, que nunca é um mar de rosas, nunca é muito facilitada. É sobretudo à base de muito trabalho, principalmente trabalho de mão. Às vezes as coisas estão boas, às vezes estão más e eu gosto dessa dualidade”, disse.

Entre os plásticos, as ceras e a pintura, cada peça de Fidel precisa de um tempo suspenso para ser apreciada. Um tempo em que a concentração é solicitada para melhor esmiuçar e compreender cada detalhe, material usado e influência. “Agora, uso muito serigrafia misturada com a pintura. Gosto muito de usar tudo o que tenho à mão, spray, pincéis improvisados, espátulas, água para diluir as serigrafias para criar imagens novas, plástico…”, explicou-nos.

Particularmente ligado ao domínio da arte urbana, graffiti e arte visual contemporânea, Fidel Évora cresceu na Praia, Cabo Verde – onde nasceu – e na margem sul do rio Tejo, em Portugal. Apesar de reconhecer a importância de beber de várias influências na sua expressão artística, a presença do arquipélago dividido entre as ilhas de Barlavento e Sotavento transparece em cada peça sua, num exercício irreflexo “porque é a nossa origem, é de onde a gente vem”.

Depois desta exposição na galeria Movart, Fidel irá provavelmente apresentar algo (mais ainda) multidisciplinar, que é o que tem explorado atualmente. Tenho algumas peças que quero começar a trabalhar, quero começar a incorporar mais música e peças interativas. São projetos que já os tenho desenhados e só não tive ainda oportunidade de os fazer. São coisas que têm de ser construídas, com madeira e alguma tecnologia também e quero também incorporar performances”.

Com curadoria de Maria de Brito Matias, a exposição Oxi dretu, manham mariádu está patente até dia 14 de abril de 2022, de terça a sexta-feira, das 14h às 18h30, sábado, das 10h às 14h na galeria Movart, em Lisboa.

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