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Como gerir stress acumulado

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“Viver não é fácil”. Cresci a ouvir a minha mãe dizer esta frase e de facto não é. Crescemos para atingir níveis de stress altíssimos e ninguém nos prepara para isso.

Quando nascemos, aprendemos de forma sensorial e exploramos o mundo intuitiva e até ingénuamente. A sensação de liberdade é real, mas há medida que vamos crescendo somos expostos ao “socialmente aceite”, às expectativas e ao politicamente correcto.

O stress no início da existência do Homem era accionado em casos de emergência com o objectivo de nos dar um pico de adrenalina para que pudéssemos agir pela nossa sobrevivência. Nos dias que correm somos expostos ao stress de uma forma subtil e este pode ser um stress positivo ou negativo. Quem nunca se sentiu ansioso ou stressado porque ia viver um grande momento na sua vida? Casar, viajar, ter um filho? O stress não está só associado a acontecimentos tristes ou negativos.

Quando somos expostos a algo assustador para nós, seja positivo (viajar) seja negativo (acidente), gera-se um pico de stress que activa no nosso sistema hormonas que ditam a resposta de Luta ou Fuga. De forma resumida isto é importante porque determina a forma que vamos reagir a determinada situação.

Partilho esta breve explicação porque nos dias que correm e cada vez mais temos menos capacidade de compreender com precisão a origem do nosso stress e, portanto, a resposta Luta ou Fuga também se baralha o que causa níveis ainda mais altos de stress. A título de exemplo é bastante eficaz o aumento da transpiração quando temos de fugir de um animal perigoso, mas em nada nos ajuda se estivermos sentados numa entrevista de trabalho.

É cada vez mais importante estarmos atentos ao nosso corpo e às nossas emoções. Vivemos tempos do always on com níveis de responsabilidade altíssimos que nos levam ao estado de burnout sem que nos demos conta do que aconteceu.

Os sintomas mais comuns para quem está em stress são:

  • Cansaço mental e físico;
  • Perda de memória ou incapacidade de concentração;
  • Irritabilidade, agitação, mau humor;
  • Ansiedade, tristeza, desmotivação;
  • Azia, dores musculares;
  • Azia, dor no peito;
  • Alterações no apetite, insónias

Voltando à nossa infância porque é lá que se criam os nossos maiores traumas que vêm a gerar muitos dos stresses na fase adulta. Quando somos pequenos sentimos tudo ao rubro, mas não somos ensinados a lidar ou mesmo a compreender as nossas emoções. Sabemos o que é estar triste ou feliz e há uma constante pressão para que sejamos felizes. Há uma grande pressão para que sejamos “educados” e à medida que crescemos oprimimos as nossas emoções. Começa aqui a nossa dicotomia – o que somos perante a sociedade vs aquilo que realmente sentimos e queremos ser/fazer.

Não é possível viver uma vida em dicotomia e surge normalmente uma vontade imensa de nos voltarmos a descobrir e iniciar a nossa buscar de autoconhecimento. É trabalhar toda a nossa estrutura e essência libertando-nos das crenças e traumas que fomos construindo ao longo da nossa experiência de vida que nos levam a aceitar ser levados na onda do socialmente correcto.

A vida não é uma competição. A vida é constante transformação. Viver no quadrado não nos é natural. Experimentar faz parte da nossa natureza e é por isso que as novas gerações procuram explorar diferentes áreas de trabalho e lazer. Já lá vão os dias em que tínhamos um único emprego a vida toda. Mas é também muito comum nas novas gerações a eterna busca e por consequência a eterna sensação de insatisfação desconectando-se totalmente do seu corpo e meio que viver neste novo mundo. Como é que eles chamam? Metaverso?

Gerir o constante stress que se tornou diário, a expectativa do sempre on, o medo de cair no esquecimento são tudo graves consequências da forma como regemos a nossa vida.

O equilibro está em respeitarmos a nossa essência, o nosso tempo, a nossa intuição e estabelecer os nossos limites e sonhar, sonhar muito e investirmos nos nossos sonhos, na nossa visão.

O stress acumulado é uma doença da actualidade mas está no controlo de cada um de nós a tal transformação.

Artigo de Filipa Vilhena

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