Num período em que várias vozes se fazem ouvir sobre a qualidade da comunidade digital, e em que adjectivos como efémero, descartável ou acelerado fazem parte do nosso discurso com uma enorme frequência, promove-se a necessidade de existirem comunidades fieis e leais às marcas.

Não existem plataformas virgens e todas elas necessitam de ser rentáveis – afinal, quem é que não gosta de dinheiro? – e por muito divertidas que sejam as dinâmicas nas redes sociais, o grande objectivo é tornar a coisa apetecível, em termos comerciais. Aí, entra a vilã da publicidade que impulsiona o crescimento das marcas de forma, se quisermos, rápida e acelerada. Ela não é vilã, nós é que a categorizamos e fazemos com que esse crescimento não pare, mesmo que aquilo que o sustenta seja vazio e pouco duradouro.

Assim, em fez de uma comunidade que vai interagindo e conversando com as marcas entre instastories, entre passatempos ou entre dicas de embaixadores, temos uma comunidade que é gigantesca mas que se está nas tintas para aquilo que dizemos.

Quem é que não gosta de um bolo consistente e saciante? Com a comunidade, o exercício é o mesmo.

A quantidade é importante, sim. The size always matters. Mas, como em tudo, é o desempenho e a interacção que interessa. Por muito grande que seja a comunidade de uma marca no Facebook, Twitter ou Instagram, se não existir uma relação, não adianta de nada, e cabe a cada marca criar essa relação e tornar essa comunidade fiel e leal.

Exactamente porque existe um grande número de escolhas, cada utilizador tende a escolher muito bem aquelas marcas com quem interage, embora possa parecer, à partida, que se relaciona com várias.

Vamos cuidar da vossa comunidade – ou do nosso bolo – alimentando-a com conteúdo relevante e com conversações de qualidade. Porque, se à primeira dentada, o bolo não for gostoso, há mais na prateleira da padaria.