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“Minhas Roupas Minhas Raízes”, o livro sobre identidade e indumentária africana

Minhas Roupas Minhas Raízes é um livro infanto-juvenil escrito por Henrique Sungo, escritor e cineasta angolano residente no Reino Unido, em parceria com a escritora botswana Paula Otukile – que tratou do prefácio e da parte final da obra – e com o artista Mbona Paulo – que cuidou das ilustrações.

O livro conta a estória de Malaika, uma menina de Gaborone apaixonada por roupas de padrão africano que, numa viagem de aventura e sonhos, conheceu indumentárias, hábitos e costumes de outros povos do continente-berço.

A ideia de um livro de linguagem fácil, embora com uma abordagem abrangente, surgiu para servir de incentivo e estímulo às crianças sobre temas ligados à cultura, educação e identidade.

Segundo o autor, é cada vez mais importante investir-se na base, todavia, a obra não se esgota no seu género ou público-alvo. “Os adultos têm muito que refletir, aprender e ensinar melhor, sem receio de envolvimento ou agentes externos alheios à nossa cultura”, disse o escritor.

Apesar de estar fora do continente há mais de dez anos, Henrique conta que visita frequentemente países africanos e daí ter nascido a vontade de escrever sobre os nossos trajes. “Viajo muito para países africanos, e notei que em países como os Camarões, Senegal e Mali, as crianças usam as suas roupas africanas e essa é a maneira de eles andarem, vestirem e de se comportarem(…) Vestir não é só
estilo, é identidade”.

Assim, o escritor e também cineasta angolano, define este seu novo livro, como uma extensão dos aprendizados que foi tendo ao longo da vida, nas experiências que teve e viveu em alguns países africanos e europeus, e como, fundamentalmente, um resgate de valores que prezam pela educação e afeto pela cultura e raiz. “Nós os africanos perdemos quase tudo”, diz o autor, “mas nem tudo está perdido” acrescenta.

“Com isso, quero dizer que ainda podemos e devemos recuperar ou resgatar a magia de África perdida, que é infindável por sermos o berço da humanidade.

Temos de resgatar a nossa cultura, as nossas escolas de iniciação, os nossos impérios, a nossa visão que uma vez fez de nós os mais poderosos do mundo, os nossos sistemas económicos funcionais, a nossa autoestima, as nossas relações”.

Outra das premissas assentes na idealização desta obra, foi o tema sobre a apropriação cultural. Henrique destaca-o e garante que a roupa africana tem vivenciado um “atentado” à sua originalidade e pertença, quando “marcas famosas mundialmente usam os panos e símbolos da cultura africana como sendo seus”.

O lançamento deste Minhas Roupas minhas Raízes está agendado para sábado, 17 de junho, em Luanda, no Palácio de Ferro.

Henrique Sungo é escritor, cineasta, ator, Consultor de Nutrição Desportiva, Psicólogo Desportivo, contador de histórias africanas e filantropo. Entre 2001 e 2002 participou no concurso Mr. Angola e foi o segundo classificado com direito de participar no concurso internacional de moda masculina denominado “Manhunt 2003”.

Participou da novela “Reviravolta” e do programa “Conversas no Quintal. Era, ao mesmo tempo, modelo e atleta de basquetebol do Sporting de Luanda na camada Júnior. No final de 2003 sai de Angola à procura de fazer carreira tanto na moda como no desporto em Portugal.

Em 2016 recomeçou a sua jornada como escritor e conta já com quatro livros lançados. Em 2019, estreou-se como produtor de cinema, fez algumas curtas e em 2020 o primeiro documentário. Atualmente, o seu currículo apresenta oito filmes e vários documentários.

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