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“Eu sou [fruto dos] PALOP, faço música para os meus”, Rivera RV

Rivera RV

Rivera RV é um dos novos membros do team Bons Malandros . Português, filho de guineenses e a viver atualmente em Inglaterra, Rivera está na luta pela afirmação da sua música na indústria portuguesa e PALOP.

Nos seus trabalhos destaca-se o afroswing, por onde navega entre o português, crioulo, inglês e até espanhol. Londres, onde vive desde os 15 anos, foi crucial para definir a sua sonoridade. “Aqui existe imensa diversidade cultural. Isto foi a descoberta de um mundo novo em termos musicais. O movimento aqui está muito à frente em termos de sonoridades e a africanidade está mais presente que nunca. Os “WizKids” “Burna Boys” da vida são o reflexo disso”, disse-nos.

Numa comparação entre a capital inglesa e a Lisboa crioula de que tanto se fala nos últimos tempos, “a nossa capital tem uma presença muito forte do crioulo, seja da Guiné ou de Cabo Verde, ainda mais na música dita urbana. A Lisboa crioula é um reflexo daquilo que são as caras da cultura urbana na capital neste momento, pelo menos a nível musical. É quase impossível ouvir música feita em Lisboa sem aquele flavour crioulo. Lisboa está finalmente a mostrar a sua verdadeira face, enfatizou Rivera.

Através da boa vibe da música que produz, o seu principal objetivo é transmitir boas energias, boas memórias e, sobretudo, criar bandas sonoras que façam parte da vida de quem o ouve. “Felizmente sou uma pessoa alinhada com o seu propósito e de bem com a vida, acho que isso se sente através da música”.

A pausa que a pandemia pôde proporcionar à maioria das pessoas, foi benéfico para o processo de produção de Rivera RV. “Literalmente, sem ser um clichê. Tive tempo para parar e realmente traçar um plano com a minha team. Trabalhei imenso, fiz imensa música conheci produtores, melhorei a nível vocal, tudo. Investi realmente no meu hustle. Foi incrível. As coisas agora estão a acontecer fruto desse trabalho árduo”, garante.

Depois de “Mamacita”, ainda este ano, vai sair o seu primeiro projeto e o artista está agora numa mini tour no Reino Unido. “Estivemos em Leeds, Londres e Birmingham e vamos estar em mais cidades, se tudo correr bem. Estamos a trabalhar para isso.”

O seu propósito profissional é tornar-se numa referência em África mas RV é realista e tem noção de que tem de trabalhar e estar desmesuradamente focado nesse objetivo para isso acontecer. “É preciso muito trabalho, muito mesmo. Mas como dizem ‘a sorte protege os audazes’ e gosto de desafios.”

Sobre a popularidade que o estilo afroswing tem atualmente, muito graças a nomes como Burna Boy e WizKid, o artista revela que não pretende apostar no inglês como língua principal na sua música porque quer manter a sua essência intacta. Além de que, no fundo, mesmo sendo em português, a sua música já atinge outros públicos. “Eu sou [fruto dos] PALOP, faço música para os meus, a minha sonoridade se calhar induz o ouvinte a pensar que é música só para o público PALOP mas não. Vão haver algumas surpresas. Como disse, quero que as pessoas se sintam felizes a ouvir a minha cena, [com base nas influências sonoras dos] PALOP ou não.”

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