No universo online, quem já tentou a peripécia de encontrar produtos [verdadeiramente] made in Africa, já se deve ter cruzado com a marca Afrikrea. Lançada em 2016, e tida como o maior marketplace de marcas africanas de moda, decoração e arte, o projeto chega agora ao fim.
O anúncio foi feito através das redes sociais da marca, com um vídeo explicativo de Moulaye Taboure. O co-fundador indica que, apesar de a empresa ter conquistado mais de 1,5 milhão de seguidores e registar transações no valor de 50 milhões de dólares em 150 países, o projeto não era mais sustentável, sobretudo devido ao aumento substancial da inflação.
A plataforma tinha como objetivo fornecer uma solução para os criadores africanos, no continente e não só, venderem e enviarem os seus produtos para todo o mundo, além de receberem pagamentos por meio de métodos internacionais, africanos ou locais. Muitos encontraram na Afrikrea a primeira oportunidade para expandir os seus negócios a nível digital.
Com cerca de um milhão de visualizações por mês, o fim de Afrikrea surge depois de a plataforma ser rebatizada Anka e ter conseguido um levantamento de fundos de 5,4 milhões de euros, em janeiro de 2022.
O projeto, iniciado em 2013, foi lançado na primavera de 2016 por Moulaye Taboure, Abdoul Kadry Diallo e Luc Perussault-Diallo. Em 2017, a plataforma foi reconhecida como um dos 35 laureados da French Tech Diversité. Entre os investidores, destacava-se Thierry Petit, co-fundador do gigante do e-commerce ShowRoomPrivé. Em 2018, a startup estabeleceu a sua sede em Abidjan.
O fim repentino do Afrikrea, ou agora conhecido como Anka, deixa um vazio no cenário do comércio eletrónico africano, colocando a descoberto os desafios enfrentados pelas empresas emergentes no mercado atual, mesmo aquelas com um crescimento considerável.
