Numa pesquisa rápida, lê-se que ”utopia” é uma ideia ou descrição de um país ou de uma sociedade imaginários em que tudo está organizado de uma forma superior e perfeita; um sistema ou plano que parece irrealizável.
Contudo, para BigZ, o que outrora era um sonho, tornou-se realidade. Foram dois anos de um processo criativo longo, que culminou num álbum com grandes nomes da cena musical, desde a Kizomba ao Rap. Utopia é o nome do novo projeto de BigZ, o fim de uma triologia que começou com Abismo, lançado em 2017, e Equilíbrio, de 2019.
No relógio, os ponteiros quase batiam nas 13 horas, quando a BANTUMEN foi ao encontro de BigZ, no estúdio onde terminou o álbum, em Carnaxide, na Linha de Cascais. Recebeu-nos no seu mundo, perfeito e imaginário, como ele mesmo afirmou, e que vai ser lançado durante o mês de março.
Com óculos escuros e um sorriso de quem tem muito para contar, confessou-nos que o álbum é o mundo que criou. “Dei este nome ao pensar num mundo criado por mim mas ao mesmo tempo real. Quis com ele chegar também ao meu público. Utopia acaba por ser o álbum que finda esta trilogia que começou com Abismo, porque durante o percurso tens de ter cuidado com o que vais cantar e trazer. Estava preocupado em fazer o que sentia mas sem infringir as regras ou trazer algo estranho para as pessoas”, disse.
“Equilíbrio é um balanço entre o positivo e o negativo, e quis trazer essas duas vertentes, mostrar o equilíbrio com a minha pessoa. Já em Utopia, quis trazer uma vertente diferente, o que eu sentia, cantava, quis transpor para os instrumentais a minha realidade, sem pensar muito no que as outras pessoas pudessem pensar sobre mim”, acrescentou.
Este trabalho é fruto de quem é agora, como pessoa e como artista. Desprendeu-se das opiniões dos outros e focou-se mais em si e na sua arte. O facto de todos terem uma certa opinião e acesso rápido ao que se passa na vida dos artistas, através da redes sociais, e não só, são factores que acabam por distrair o processo criativo dos mesmos. ”Porque nos dias de hoje, toda a gente tem uma opinião sobre tudo, todos são psicólogos desde que tenham acesso a um smartphone e às redes sociais, podem falar da vida dos outros e opinar”.
Este álbum é o BigZ na sua pura essência, sem distrações, sem se preocupar com os outros e o que possam vir a criticar de forma negativa. Utopia é o que sentiu, é a sua musica é o seu mundo.
O registo deste álbum é versátil, tem um pouco de tudo, músicas de amor, dançantes, uma mistura de afrobeat e naija music. E conta ainda com colaborações de peso como Denis Graça, Loreta, DJ Pausas, Timor Young Smoke, Tony Fika, entre outros.
Todas as colaborações presentes no álbum surgiram pela admiração que BigZ tem pelos artistas e por se identificar com eles ou por existir alguma intimidade. ”Tu estás em casa, ouves ou vês um concerto do artista que gostas e e curtes da cena. Depois queres fazer algo e sentes que o artista quer fazer algo contigo, sentes mais love, foi assim que aconteceu a maior parte dos featurings”.
Para BigZ, a pandemia foi crucial para a realização deste álbum e das colaborações, uma vez que estava tudo parado, foi a altura certa para focar-se nas músicas. Para quando a pandemia melhorasse, pudesse lançar o álbum.
Em jeito de motivação, BigZ sublinha: “O que tu fazes muitas pessoas podem não aceitar, mas tu não podes desistir, nunca. O que tu pensas, o que tu tens dentro de ti, só tu e Deus é que sabem. Mesmo que as pessoas não valorizem o teu esforço, cria o teu espaço, cria o teu mundo. Faz com que as pessoas adiram ao teu produto,. Utopia é isto, fazer as coisas acontecerem”.
Utopia de BigZ Patronato vai estar disponível nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira, 4.
