Depois de ter-se calado a voz da Diva dos Pés Descalços, a música tradicional de Cabo Verde amplificou-se ainda mais. Tanto através, claro, do legado que Cesária Évora deixou, como através da geração que seguiu-lhe as pegadas. E aí, insere-se Lura.
Nascida e criada em Portugal, num dos bairros da linha, em Paço de Arcos (na região da Grande Lisboa), Maria de Lurdes Assunção Pina começa ali a fazer as suas primeiras abordagens musicais e, em 1996, embarca na carreira de cantora, muito por influência de músicos experientes, como Juka e Bonga.
Este ano, a artista celebra 25 anos de carreira e mostra a fibra de que é feita, eclética, surpreendente e a transbordar musicalidade. Para assinalar a data, temos “Bla Bla Bla”, uma música que marca um ponto de viragem na sua carreira, seja a nível sonoro como visual.
O single chegou-nos através de um videoclipe vibrante, rico em termos visuais e com a assinatura de Gregz. Pela irreverência, podemos dizer que é dos trabalhos mais “fora da caixa” que Lura já apresentou.
Toda esta nova dinâmica à volta da música e apresentação da artista está relacionada com a mudança de manager e equipa. A nova team tem agora a responsabilidade de criar uma “revolução” na vida de Lura, conforme podemos ler no seu novo canal de YouTube. O primeiro grande projeto desta nova parceria já está na calha e conta com a produção de Agir. O aguardado álbum tem data de lançamento agendada ainda para este mês de outubro.
O objetivo a cumprir é a celebração da cultura Luso-Africana sem descurar a identidade da cantora. Com 46 anos, mãe de Nina Santiago de quatro, Lura está numa das fases mais importantes da sua carreira musical, sendo que sempre procurou conectar-se ao arquipélago de onde são provenientes os seus pais e de onde lhe chega a musicalidade no seu expoente máximo.
Entretanto, para o dia 12 de novembro, Lura está também a preparar um concerto no Coliseu dos Recreios, como marco dos seus 25 anos de carreira.
Ao longo dos últimos meses a artista têm-nos brindado com pequenas partilhas no seu perfil de Instagram, onde tem mostrado uma imagem diferente, bastante moderna, com influência da contemporaneidade com que se depara no quotidiano e que são reflexo dessa “revolução” que pretende iniciar no seu trajeto artístico.
Estes foram os álbuns que colocaram Lura nas luzes da ribalta: Nha Vida (1996); In Love (Lusafrica, 2002); Di Korpu Ku Alma (Lusafrica, 2005); Di Korpu Ku Alma (Lusafrica, 2005) DVD; M’bem di fora (Lusafrica, 2006; Eclipse (Lusafrica, 2009; Best Of (Lusafrica, 2010);Best Of (Lusafrica, 2010) DVD e Herança (2015).