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A música dos Séketxe salva e quem o diz são os fãs

Os Séketxe tornaram-se populares nos guetos de Luanda, e não só, com um estilo diferenciado – e praticamente inimitável -, o RAP CIA. Se no início, poucos entendiam a sua arte, hoje, muitos apreciam e confirmam a influência do coletivo. Desde as primeiras músicas que as letras refletem a dura realidade das ruas e de quem pouco ou nada tem e é, provavelmente, esse o segredo da sua popularidade. Volvidos alguns anos, o coletivo segue firme no estilo que os caracteriza, lançando novos trabalhos com regularidade. “Ta no Beijo” é o single que fechou o ano 2023 e abriram 2024 com o “Atrás da Vitória”, em colaboração com Papi Caveira.

No ano passado, lançaram o álbum Além do Fim, composto por 16 faixas, e para este ano prometem vários lançamentos. “Este ano é nosso, temos muitas produções, vamos aquecer as ruas”, contaram em entrevista à BANTUMEN.

Inicialmente, fugir da delinquência e da pobreza foi o motivo que os levou a fazerem música e, apesar, de terem registado resistência por por parte de pessoas do seu círculo próximo, atualmente os Séketxe confirmam que já conseguem viver da música. “Hoje, graças a Deus, vestimos-nos da música, comemos e vivemos da música. Ainda não em abundância, mas já nos conseguimos sustentar”, confidenciaram.

Somos a banda sonora do nosso povo

Séketxe

Entendem que mais do que cantar, exercem uma determinada influência na sociedade. “Vocês me tiraram da depressão” ou “salvaram-me das drogas e da delinquência” são os testemunhos que têm recebido das pessoas que ouvem as suas músicas. “Estamos aqui há oito anos e isso é o que nos orgulha muito; isso é que é importante para nós”, afirmam. Cada vez mais, os artistas do coletivo percebem que têm uma responsabilidade redobrada com quem os ouve. “Se soubermos passar a mensagem, há muita gente que pode sair deste mundo, assim como nós”, contam.

Para os Séketxe, a música representa vida. “Somos a banda sonora do nosso povo, de quem nos escuta, do povo oprimido, que luta todos os dias para superar”. Esse entendimento levou-os no ano passado a marcar uma audiência com o governador de Luanda, Manuel Homem, onde apresentaram diversos dilemas da vida nos musseques de Luanda. Questionados se sentem que haverá alguma mudança futuramente, 12 Furos respondeu: “Papo reto, depois daquela conversa, as coisas ficaram por aí. O governador foi embora e nós também fomos para casa. Claramente, vemos que não há avanços… O preço da cesta básica continua a aumentar e pronto! Colocámos vários assuntos na mesa, que gostaríamos que fossem aplicados…”, desabafou num tom interrogativo.

Como qualquer movimento artístico, o grupo sonha em conquistar mais público. “O nosso maior sonho é alcançar o máximo de almas possíveis, o máximo de pessoas que compreendem a nossa linguagem. A ‘tropa’ quer internacionalizar a nossa música e também fazê-la crescer na indústria nacional”, sublinharam. Quando vão aos shows ou andam pelas ruas, sentem o impacto e o carinho do público e cada vez mais desejam expandir-se nos PALOP e noutros países do mundo, porque, “a arte fala para todos não importa o idioma”, culminaram.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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