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Francisco Vidal no Centro Cultural de Cabo Verde com “Still Free”

Francisco Vidal | DR
Francisco Vidal | DR

A exposição Still Free, da autoria do artista plástico Francisco Vidal, inaugura-se neste 26 de março, pelas 17h, no CCCV – Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa, com o apoio da Embaixada de Cabo Verde em Portugal e do Centro Português de Serigrafia.

A imagem do subúrbio é composta sobre cimento cinzento, a sua estrutura tem no aço a sua força e a revolução industrial orquestrou as cores desta composição. A eletricidade e o gás são a energia e nós que aqui habitamos somos o sangue que flui nesta muralha da urbe. A cidade é o motor, a bomba, o coração. Motivo de centro de atração e como um íman, ou amor, com a falta de extremos, também de repulsa.

O coração é motivo de fusão, mas na sua periferia, as coisas são organizadas em caixas numeradas e estanques que em si conseguem encerrar as diferenças, por classes, anulando assim por completo a regra dos ímanes. Deixamos de ser ácidos ou base e passamos a ser neutros. O cinzento do subúrbio cresce e tem esta intenção uniforme. Num espaço em que o cimento, o alumínio, o vidro, os gases, o alcatrão, o aço e o plástico, são materiais que impõem as suas características, o barro, a madeira, a água, o oxigénio, o ser humano, os outros animais, as flores, a luz e a melodia deixam de poder pulsar a sua mais importante característica que é a capacidade de crescer em aparente desordem e caos. Ou seja, a capacidade plástica da vida e das formas orgânicas que esta produz.

Era longe pensar que o concreto cinzento é elemento inibidor da criatividade e da magia ou do caos orgânico que as coisas vivas geram. No subúrbio como na cidade não é comum pisarmos a terra e por isso as formas livres, como os seres vivos são exemplo, aceitam as regras do concreto (embora a natureza faça uma constante oposição e ataque às formas imutáveis, provocando-lhes erosão, propondo-lhes o envelhecimento), e fazem surgir novas formas e explosões de cor para fazer um possível e saudável contacto com o cinzento concreto.

Francisco Vidal nasceu em Lisboa, em 1978. É português, angolano e cabo-verdiano e vive entre Luanda, Angola e Lisboa, Portugal. Licenciado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, fez um curso avançado em Artes Visuais na Escola de Artes Visuais Maumaus, em Lisboa. Viveu durante algum tempo nos Estados Unidos, obtendo o mestrado na Escola de Artes da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.

Começou a expor com regularidade a partir de 2005. Em 2014 apresentou o projeto de pintura “Utopia Luanda Machine” na 56.ª Bienal de Veneza, no Pavilhão de Angola, com a curadoria de António Ole, e na Expo Milão, com a curadoria de Suzana Sousa. Em 2016 apresentou em Luanda e, em 2017, em São Tomé e Príncipe, o projeto “ESCOLA DE PAPEL, Kiekelela” em co-autoria com NAMalimba Coelho.

A prática de Francisco Vidal realça ideias em torno do trabalho e mobilidade internacional. É reconhecido pelas suas grandes instalações de pintura, traçando poderosas linhas caligráficas sobre telas de serigrafia, retratando flores de algodão em cores vivas e variados esquemas cromáticos. Tem obras suas em coleções nacionais, como as da Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Cachola, e internacionais.

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