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Grada Kilomba apresenta “O Barco”, num exercício de memória e homenagem aos africanos escravizados

Grada Kilomba
“O Barco ” de Grada Kilomba Fotografia : Interactive Brands Agency

A residir em Berlim e tendo construído lá a sua base de trabalho, investigação e criação, Grada Kilomba está de regresso à capital portuguesa para apresentar, a instalação “O Barco”, que foi recebido pelo Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT).

Com 32 metros de comprimento, a instalação, na Praça do Carvão, nas imediações do museu, é composta por 140 blocos que formam a silhueta do fundo de uma nau e desenham minuciosamente o espaço criado para acomodar os corpos de milhões de africanos, escravizados pelos impérios europeus. No imaginário ocidental, um barco é facilmente associado à glória, liberdade e expansão marítima, descrita como “descobertas” mas, na visão da artista, “um continente com milhões de pessoas não pode ser descoberto” nem “um dos mais longos e horrendos capítulos da humanidade – a Escravatura – pode ser apagado”, conforme podemos ler no site do MAAT.

É como se a artista tivesse criado um jardim da memória, onde poemas repousam sobre blocos de madeira queimada, recordando histórias e identidades esquecidas.

A inauguração acontece com uma performance, em três atos, na qual várias gerações das comunidades afrodescendentes são as intérpretes centrais; tendo a produção musical de Kalaf Epalanga, O Barco/The Boat torna-se um lugar de reconhecimento, um jardim de memória e contemplação do futuro. O primeiro ato aconteceu no passado dia 3 de setembro, seguindo-se os actos do dia 25 de setembro e 17 de outubro.

Grada Kilomba é um nome que urge ser conhecido, reconhecido e pronunciado no espectro cultural/literário português, aquando da narrativa da colonização.

Escritora, psicóloga, teórica e artista interdisciplinar portuguesa, Grada mergulha na memória coletiva do período da escravatura para fazer refletir, debater no espaço público e reparar os danos desse período que se prolongam na linha do tempo. O foco do seu trabalho é o exame da memória, trauma, género, racismo e pós-colonialismo.

No mundo da escrita, a artista já editou duas obras literárias, “Memórias da Plantação” e “Episódios de Racismo Quotidiano.”

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