Johnny Bravo, artista multifacetado angolano, falou com a BANTUMEN sobre o início da sua carreira, influências e perspetiva sobre o kuduro e o seu derivado, o afro-house do país da Palanca Negra Gigante.
Johnny é possivelmente um artista do qual já ouviste falar mas nunca viste. Com a dança a correr-lhe nas veias e a música no coração, Bravo mistura ambas as artes para se exprimir para o mundo.
Com um estilo meio “faray” e de raizes angolanas, o artista nasceu em Portugal e é no kuduro onde se encontra espiritualmente.
O seu gosto pela música surgiu desde muito cedo. A paixão pela arte nasceu por influência do pai, que fazia questão de transformar a sua residência num ambiente musical, afetando de forma direta o filho, Newman Adelino, ou melhor, Johnny Bravo. “Tive uma infância bué fixe. O meu pai até hoje é colecionador de músicas e então sempre tivemos uma infância muito musical”, contou.
O cantor e dançarino já viveu entre Portugal, Inglaterra e França. Foi na Inglaterra onde interagiu com pessoas de outros países com origens e etnias diferentes, aprendendo a lidar com cada um deles e a absorver algumas influências positivas que lhe transmitiam.
Na entrevista, Johnny contou-nos também que a dança serviu de “furo” para que o restante passasse a fluir, mas foi em 2015 que sentiu a necessidade de expressar-se musicalmente, quando foi ao estúdio do DJ DadiFox gravar uma música no instrumental do DJ Maboco.
Para a sua estreia, lançou “Corpo ta Pedir Drena”, “Vamos Bazar”, o hit “O PAM”, com DJ Pzee Boy, Uami Ndongadas e Zoca Zoca, “Bloco” com DJ Aka M e “Cuida da Tua Vida”.
A última música do cantor, “Cuida da tua Vida”, é um kuduro já com a vibe afro-house e que serve de recado a os todos fofoqueiros e “curibotas” que decidem e insistem em controlar as vidas alheias.
Assiste abaixo ao vídeo onde o artista fala sobre discriminação e outros impedimentos que os artistas de kuduro sofrem atualmente e sobre a sua opinião face ao estilo que faz movimentar massas desde o final da década de ’90.
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Bruno Dinis
Carrego a cultura kimbundu nas minhas veias. Angolanidade está presente a cada palavra proferida por mim. Sou apologista de que a conversa pode mudar o mundo pois a guerra surgiu também de uma. O conhecimento gera libertação e libertação gera paz mental, por tanto, não seja recluso da ignorância.