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Manifestação em Luanda por melhores condições de vida reprimida com violência

Foto de Karlos Cesar
Foto de Karlos Cesar

O deputado e secretário provincial da UNITA em Luanda, Nelito Ekuikui, afirmou ter sido este sábado agredido pela polícia angolana, numa manifestação contra o elevado custo de vida no país, e estimou que cerca de 40 jovens que participavam no protesto terão sido detidos.

Nelito Ekuikui prestou declarações à Lusa dizendo que não havia nenhuma razão que justificasse a agressão e afirma ter sido retido durante cerca de uma hora, acusando as autoridades de “uso excessivo da força” e de estarem a cometer uma ilegalidade.

São várias as imagens a circular nas redes sociais que relatam a violência exercida alegadamente pelas forças de segurança contra os manifestantes em Luanda. Há quem fale em mortes, mas ainda não há qualquer confirmação do governo ou das forças policiais.

“Disseram que a manifestação não pode ocorrer porque viola o decreto presidencial [que atualiza a situação de calamidade pública e entrou em vigor hoje], mas estão a violar a Constituição”, afirmou o deputado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, recordando que ele próprio foi legislador da lei de proteção civil, que não contempla a suspensão de direitos como os de manifestação.

“Claramente, este decreto foi forjado para impedir a manifestação”, acusou Nelito Ekuikui, criticando a presença das forças armadas nas ruas de Luanda e aconselhando o Governo a recorrer ao diálogo porque os protestos “não vão parar”.

O deputado da UNITA afirmou também que um dos organizadores da manifestação, o ativista Dito Dali foi ferido e teve de receber assistência hospitalar, tendo sido detidos “cerca de 40 jovens”, entre os quais o presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Francisco Teixeira.

Em entrevista à Televisão Pública de Angola, a governadora de Luanda, Joana Lina, falou na falta de bom senso dos manifestantes naquilo que considerou um “perfeito desacato da autoridade” e sublinhou que as novas medidas tomadas recentemente no país visam “proteger única e simplesmente a vida da população, isto face à evolução dos casos constatadas nos últimos dias no território nacional.”

A governadora fez ainda referência aos danos causados no decorrer da manifestação e que ainda “estão por calcular”, e enfatizou que transformar “Luanda num palco de desobediência civil é imperdoável”.

“Devíamos todos, os que estão diretamente ou indiretamente implicados nisto, colocar a mão na consciência”, acrescentou Joana Lina.

A Lusa procurou obter esclarecimentos adicionais e confirmação das detenções junto da polícia de Luanda, que remeteu informações para mais tarde.

A marcha, convocada por ativistas da sociedade civil, mas que contou com a adesão da UNITA e outras forças da oposição, visa reivindicar melhores condições de vida, mais emprego e a realização das primeiras eleições autárquicas em Angola, que estavam previstas para este ano e foram adiadas sem nova data.

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