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Repensar África através da Cultura e em colaboração com diferentes países

Artur Matsinhe | DR
Artur Matsinhe | DR


Recentemente, durante o Festival infantil Njingiritana em Maputo, estivemos à conversa com agentes culturais do Rwanda, Eswatini (antiga Suazilândia), Zimbabué e Moçambique, sobre o panafricanismo e o contributo das artes para a construção de narrativas que fortaleçam o conhecimento e desenvolvimento do continente africano.

Na busca de representatividade e promoção de perspetivas que representem as identidades e sociedades africanas, Rumbi Katedza, realizadora nascida no Zimbabué, trabalha particularmente com jovens para criar “narrativas infanto-juvenis e ter a comparticipação dos jovens na produção dos filmes, para que eles possam desenvolver as suas habilidades”.

Em Moçambique, a Xiluva Artes tem promovido o debate sobre as artes e a cultura através de encontros, mesas redondas e do Njingiritana Festival, que reune anualmente pensadores, criadores, artistas e apreciadores das artes no continente.

Sizo Hlope, programador cultural de Eswatini, conta que encontrar em Maputo diferentes atores culturais foi uma experiência fortalecedora. “Aprendemos os desafios de cada país e fortalecemos a nossa luta como panafricanos que somos. Encontrar pessoas que fazem o mesmo que nós, mas de diferentes maneiras e ver como coletivo que podemos colaborar e desenvolver o continente, tem sido bastante produtivo. Acima de tudo, envolver as crianças e os jovens nos projetos culturais é muito importante, porque garantimos que conseguimos influenciar uma futura geração e oferecemos opções de aprendizado e de distração diante dos dilemas que vivem no dia-a-dia”, explica Sizo Hlope. O programador cultural refere ainda que é crucial fomentar o envolvimento das novas gerações nos diferentes movimentos artísticos para garantir a sustentabilidade da cultura, uma “ferramenta para elevar África” e para “criar um continente maior e melhor”.

Existem alguns países, como o Zimbabué, onde as artes e a cultura fazem parte do currículo escolar para garantir que toda a sociedade respeite e celebre a sua existência africana. O exemplo zimbabuano chama a atenção de outros países que desejam replicar este modelo.

Também durante a realização do mesmo festival infantil em Maputo, Raoul Rungamba, empreendedor e gestor cultural do Ruanda, afirmou que “o movimento de valorização interno em África cria maior colaboração entre as pessoas. Plataformas como o Njingiritana, num país tão rico culturalmente, é sem dúvida um ganho para a economia criativa, para os atores culturais e para o desenvolvimento do país, uma vez que os agentes que vêm de fora estão melhor armados para perceberem o país, as suas necessidades e como podem intervir”. Rungamba acrescenta ainda que: “na qualidade de gestor no contexto das indústrias culturais, foi uma oportunidade conhecer a riqueza do país e foi admirável entender a personalidade dos moçambicanos e perceber a abertura dos mesmos para a cultura”.

O músico moçambicano Artur Matsinhe assegurou por seu lado que é importante aprofundar o debate sobre a importância da cultura no ensino, na perspetiva de criação de políticas que permitam ou promovam a cultura. “Acredito que iniciativas como esta irão despertar em Moçambique a necessidade de nos posicionarmos, sob o ponto de vista de cultura, à semelhança de alguns países africanos que já criaram os seus próprios modelos”.

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