O primeiro concerto de 2022 do TBA, em Lisboa, junta os músicos Cachupa Psicadélica e Scúru Fitchádu, aos visuais da artista e designer Ana Rita António. Neste concerto pensado para o espaço do TBA, partem das influências cabo-verdianas da morna, coladera e funaná para as misturar com a influência afro-futurista, urbana e punk.
O projeto vai assim atuar na sexta-feira, 18 de fevereiro, no TBA, em Lisboa com voz, samplers, gaita e ferro de Scúru Fitchádu; Voz de Márcia; Lula’s também com voz e guitarra; visuais de Ana Rita António; bateria eletrónica e percussões de Bdjoy; sintetizadores de Gunzu; teclado de Henrique Silva e baixo de Renato Almeida.
Quarto Escuro, Panela Quente é um projeto que reúne três criadores que, em diferentes épocas, atravessaram um dos maiores hubs criativos nacionais por excelência, as Caldas da Rainha. Juntos, propõem para o TBA uma atmosfera de formas opostas que se atraem por via de poesia, violência e de imagens-símbolo. Melodia e bravura que revelam uma destreza na manipulação das formas de psicadelismos e do punk, em intersecção com a morna, coladera e funaná.
Cachupa Psicadélica e Scúru Fitchádu são comparsas acima de tudo. E são expoentes representativos da geração dos 1980 cabo-verdiana. Lula’s é mindelense até à medula – foi adolescente num São Vicente com sabor a Seattle, em contramão da virtuosa morna e com uma guitarra elétrica nas mãos. Scúru é afrodescendente criado entre a dicotomia social da distorção anglo-saxónica e as linhas percussivas de África.
A partir do seu arquivo mental de referências e vivências, incorpora uma atitude visceral sob uma base Afro-futurista e urbana em catarse. A esta cumplicidade, une-se Ana Rita António, artista visual, com provas dadas dentro e fora de portas, e cujo trabalho oscila entre as artes plásticas e o design num sagaz questionamento da funcionalidade dos objetos. Figura essencial que fecha este triângulo com uma presença visual inspiradora e disruptiva.