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Binelde Hyrcan faz orgias de galinhas

Binelde Hyrcan

Formou-se em Belas Artes e encanta-se com galinhas. Se não tivesse estudado Belas Artes, teria seguido Arquitectura. É artista desde os oito anos, altura em que, em casa, começou a criar e a idealizar. Falamos de Binelde Hyrcan, angolano, um dos representantes de Angola na Bienal de Veneza, em Itália.

Estivemos à conversa no seu atelier, na Ilha, num terraço com vista para o Calçadão. Um privilégio balnear e inspirador. Descobrimos um pouco das suas várias actividades. Não sabemos por onde começar mas vamos organizar-nos.

A formação. “Belas Artes foi uma das melhores formações que tive. Permitiu-me conhecer vários países”, refere Binelde. Teria estudado Arquitectura se as Belas Artes se tivessem revelado um passo em falso. Artista seria sempre porque se vê artista desde pequeno.

As geografias que o inspiram. “A malta aqui [em Angola] já nasce com barulho. O kuduro vem do barulho. Em Oslo as pessoas são calmas. Tem a ver com a genética do espaço. Angola é a geografia que mais me inspira”, conta-nos o artista. Não se considera um cidadão do mundo porque sabe para onde vai voltar. Por enquanto é um nómada que está sempre a mudar de mundo. Para “fintar” as saudades da terra quando sai de Luanda, Binelde costuma levar consigo gravações do barulho de casa. Ouvir Angola serve de motivação e inspiração. Ter consigo um som familiar é estar um bocadinho em casa.

Já falámos dos amuletos? Hyrcan é dado a objectos. Tem centenas de moleskines onde deposita as ideias de trabalho e aquelas que nunca o chegam a ser. “O moleskine é a minha carteira e o meu pequeno atelier. Guarda muitos segredos e como não tenho um psicólogo, tenho de escrever”. Só esconde o seu Super Mario – que revela o espírito jovem que há em si – para o seu sobrinho não lho pedir. Há também um chapéu que lhe cobre a cabeça muitas vezes.

Capítulo trabalho e performances. “Quando me surge uma ideia, vejo o seu fim, não vejo o processo. Coloco num papel, numa parede…”, revelou Hyrcan à BANTUMEN. Sobre o seu trabalho com os galináceos, o artista refere que as galinhas têm ego. Usam roupas super caras, coroas de ouro e diamantes…Coisas que encontramos nos seres humanos. Têm um ar altivo. Daí o fascínio.

A sua apresentação na Bienal de Veneza, que decorreu em Maio, em Itália, foi uma oportunidade para conhecer vários coleccionadores. “Levei um vídeo de uns putos que falam do problema que temos de família que estão a sair de certas zonas e a mudar para novas centralidades. É um vídeo curto e o feedback que recebi é que o pavilhão de angola foi um dos melhores de Veneza”, contou.

Ainda para este ano, espera-se uma residência em São Francisco, nos EUA, e em Agosto Binelde Hyrcan vai trazer uma exposição para Angola sobre a qual não pudemos saber pormenores.

Levo para a vida o nada que sei sobre ela. Gosto de cadernos, de mandioca e do Mugabe.

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