O combate ao racismo é uma causa urgente e fundamental em qualquer sociedade que almeje a justiça social e a equidade racial. Recentemente, foi formado o Observatório Anti-Racismo em Portugal, uma iniciativa importante para analisar e combater as diferentes formas de racismo no país. No entanto, a nomeação exclusiva de indivíduos brancos para cargos de liderança no Observatório tem gerado preocupação. Um coletivo de diferentes cidadãos assinou uma carta enviada à ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, para expressar as suas inquietações sobre este tipo de organismo liderado exclusivamente por pessoas brancas, indo contra todos os princípios básicos que, supostamente, deve monitorar e defender.

A carta enviada à Ministra destaca que a exclusão de indivíduos racializados da liderança do Observatório Anti-Racismo reflete um sistema mais amplo de privilégio branco. Tal exclusão não apenas perpetua a desigualdade, mas também compromete a credibilidade e a eficácia do Observatório no seu objetivo de combater o racismo em todas as suas formas.

“Reconhecemos a importância de criar espaços dedicados à análise e ao combate ao racismo, como o Observatório Anti-Racismo. No entanto, para que esses espaços sejam eficazes, é fundamental que sejam inclusivos, diversos e reflitam a realidade multifacetada da sociedade portuguesa.”

A missiva ressalta ainda que “é essencial adotar uma abordagem inclusiva que envolva e capacite os indivíduos racializados, garantindo assim a diversidade e a representação necessárias para uma análise completa e eficaz do racismo em Portugal“.

Portugal é uma sociedade multifacetada, composta por diversas comunidades racializadas. Para que o Observatório Anti-Racismo cumpra o seu propósito de combater efetivamente o racismo, é essencial que este reflita a realidade e a diversidade da sociedade portuguesa. Estas nomeações em específico, geram desconfiança, comprometendo a eficácia e a legitimidade das ações realizadas.