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“O ‘Ciclos Do Amor’ não foi feito na melhor época”, NZ Gang

NZ Gang

No final de fevereiro, os NZ Gang lançaram Ciclos Do Amor, o primeiro álbum de originais depois de terem invadido o mercado angolano com composições dedicados ao público juvenil.

Apesar de Ciclos Do Amor apresentar um título que pode parecer discreto à primeira vista, o conteúdo do álbum aborda o tema do amor de forma profunda, ultrapassando as expectativas e mostrando uma maturidade artística distinta do que é comum entre os jovens talentos angolanos atualmente.

Rikas, inicialmente crítico do nome do álbum, partilhou que não lhe parecia refletir adequadamente o trabalho e dedicação investidos ao longo dos anos. “Pusemos tanto esforço para fazer algo único para termos um título tão simples como Ciclos Do Amor mas, depois, quando foi explicado o sentido, consegui digerir e entender bem a ideia deles”, explicou à BANTUMEN.

Desde a introdução até “Tou A Te Morrer”, percebe-se que o álbum transcende as experiências amorosas individuais dos membros, abordando também situações alheias. Ainda que baseado em experiências pessoais, o projeto incorpora elementos imaginativos.

Das G destacou a importância do contexto em que o álbum foi criado, marcado pela mudança e adaptação a Lisboa. A criação de Ciclos Do Amor durante um período de transição e adaptação a um novo ambiente, apesar das dificuldades, representou uma conquista significativa para o grupo. “E é isso que torna o álbum muito mais especial. Foi numa época em que estávamos em fase de mudanças para Lisboa. Eu já cá estava e o Rikas e o Dani V chegaram depois e foi tudo uma fase de adaptação. Apesar de estarmos naquela energia baixa, por estarmos num território que não é nosso, de se enquadrar no ambiente que tem aqui… Mas conseguimos manter o nosso foco e realizar o que idealizámos nesses anos todos. Foi de certeza uma vitória”, acrescentou Das G.

O álbum também homenageia Sténio André, um amigo próximo e ex-membro dos populares Team Cadê, que faleceu num acidente no Rio Kwanza, em Luanda. “Chegar Lá” é uma faixa particularmente emocional que celebra a sua memória. “Foi uma música que eu o Das G conseguimos gravar os dois em estúdio. Fala de coisas muito íntimas, de situações que nos fizeram chorar e emocionaram amigos nossos que ouviram e sabem da história que tem na letra da música”, comentou Rikas.

Para Das G e Rikas, “Time” é especial por ser a última música a ser composta, com referências a sentimentos e momentos mais recentes, além de completar a atmosfera do álbum com uma vibe mais dançante.

A sublinhar que Ciclos Do Amor tem a participação de jovens nomes da música angolana, como Seven Key, Wayn Dior, MDO – Menino De Ouro, Florito, Johnny B.O.B, Elisa Cleisla, Kevin Santos, além de Cíntia, de Portugal.

MDO, ao falar sobre “Mudou Nha Vida” – que começou a ser produzida em 2019, numa altura em que nascia também “Medo”, que é disco de platina – destacou o rigor e a exigência do processo colaborativo, que, apesar das dificuldades, resultou num trabalho gratificante. O cantor benguelense descreveu que trabalhar com o grupo conterrâneo e contemporâneo foi bastante duro, pois o nível de exigência e qualidade implicava que tudo saísse conforme deve ser. “Foi muito difícil. Muita discussão, mal-entendidos mas depois correu tudo bem. O resultado foi muito satisfatório”, respondeu em tom de brincadeira.

“O MDO soube respeitar o processo de criação e nós respeitámos o dele também, foi a cena mais importante. Acabámos por fazer um projeto muito lindo”, detalhou Das G.

Na produção, os NZ Gang trabalharam com Shalom Beat, produtor moçambicano radicado em Angola, Kastro Songz, Seven Key, Custoh, Anzy Beats, Josué Mbunga e Cuidink On The Track.

A nível de qualidade musical, o trabalho todo teve a mão de Dani V, um dos membros do grupo. “Eu todos os dias acordava e pegava nas músicas e fazia alterações. O curioso é que sempre que encontrava algum desafio procurava pesquisar e melhorar durante este processo todo de mixagem e masterização. Sempre apliquei todos os meus conhecimentos para que tudo corresse e saísse muito bem”, disse Daniel Viana sobre o processo e desafios.

O grupo está numa fase boa, sendo que acabou de conquistar um marco inédito para a nova geração de músicos angolanos, que é a conquista de um single de platina, com “Medo”, que soma mais de 10 mil unidades vendidas em Portugal.

Sobre a entrada dos NZ Gang no mercado português, o grupo considera que as músicas têm muito potencial para dar certo, não somente dentro do país da península Ibérica como também em qualquer outra parte do mundo. “A nossa música tem tudo para transcender. Nós cantamos para o mundo, não só para os PALOP ou portugueses e é isso que viemos mostrar com o nosso álbum. Ainda não tem tudo o que gostávamos de apresentar enquanto NZ Gang mas tem algumas coisas essenciais sobre nós”, terminou Rikas.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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