Nas asas do tempo, onde as palavras combinam com os laços entre as nações, emergiu mais um encontro da comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no dia 27 de agosto, que transcendeu fronteiras e culturas. Dentro dessa fusão de vozes e ideias, surgiu um tema com renovada vitalidade – Jovens e sustentabilidade na CPLP.

A CPLP, ao apresentar-se como um farol que orienta as nações unidas pela língua portuguesa e pelo desejo de cooperação, parece ter um horizonte em que os jovens, dotados de visões audazes e sonhos vibrantes, ocupem o centro do palco. Mas seremos nós os herdeiros dos legados culturais e os arquitetos do futuro? A nossa inclusão, nutrida pela educação e oportunidades será o catalisador de um desenvolvimento robusto e equitativo? E o mais importante entre todas essas questões, seremos nós os donos do nosso próprio destino?

Ao olharmos para os desafios que se estendem à frente, a CPLP reconhece que as nossas vozes são o eco do futuro e que a sustentabilidade é o tecido que entrelaça as aspirações das gerações presentes e futuras, ou seja, nós somos o presente e o futuro.

Entretanto, essa celebração da juventude parece restringir-se ao âmbito das palavras e das intenções, já que, em toda comunidade dos Países de língua portuguesa, nós jovens somos os mais sacrificados. E isso reflete-se muito no crescimento económico que o bloco tem tido nos últimos anos. Afinal, o PIB da CPLP cresceu apenas 4% ao ano na última década.

Talvez, seja por isso que os ventos da mudança sopram noutra direção e têm levado consigo a criatividade, a inovação e a paixão que são característicos nos jovens. E entre as várias tentativas de acolher os jovens e dar voz para que tenham a oportunidade de partilhar as suas ideias e os seus sonhos participando ativamente no diálogo que moldará o destino do coletivo, esse encontro prometeu finalmente fazer isso: mudar a realidade cínica de uma lusofonia estagnada que durante muitos anos deixou de investir em trabalhos dignos, educação robusta, mobilidade intercultural e assistencialismos aos jovens, para uma lusofonia mais comprometida com a sustentabilidade e em estabelecer alianças entre gerações.

Resumindo, a cimeira da CPLP realizada no dia 27 de agosto, em São Tomé e Príncipe, é uma oportunidade aguardada para que os líderes dos nossos países possam reafirmar com ações o seu compromisso com a cooperação mútua e explorar maneiras de impulsionar o desenvolvimento sustentável, a prosperidade económica e a promoção dos valores partilhados. As deliberações e decisões tomadas neste encontro podem ter um impacto significativo não apenas nos estados-membros, mas também no cenário internacional, fortalecendo os laços históricos, culturais e políticos entre as nações da língua portuguesa.

Como uma árvore que lança as suas raízes profundamente no solo fértil da cooperação, a sustentabilidade é o fio condutor que une os objetivos de desenvolvimento, o respeito ao meio ambiente e a promoção do bem-estar para todos.

Ao incluir os jovens e a sustentabilidade como pilares centrais das suas ações, a CPLP, cria um espaço multifacetado que reflete a diversidade e a riqueza das suas nações. Cada fio, cada decisão, construirá sem sombra de dúvidas a base que criará um futuro onde os jovens serão cada vez mais protagonistas das mudanças e a sustentabilidade será a lente através da qual a comunidade poderá observar os resultados das nossas ações como jovens.

Entre a empolgação de vermos tudo isso realizado e a realidade cínica que parece ser constante, é legítimo dizer que a nossa participação é importante e necessária, afinal somos nós jovens quem desafia as normas estabelecidas, lança olhares novos sobre antigos problemas e tem a audácia de transformar os desafios em oportunidades. Nós somos o presente e o futuro da Lusofonia.