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Welket Bungué recorda caso de violência policial contra Cláudia Simões com “Bustagate”

O caso de violência policial perpetrado contra Cláudia Simões em janeiro de 2020, em Portugal, deveria ter começado a ser julgado na passada segunda-feira, 11 de setembro, mas o tribunal de Sintra adiou o início do julgamento para 8 de novembro. Advogada do agente da PSP acusado está doente. O caso é agora recordado por um documentário de Welket Bungué com o título Bustagate.

Ano seguinte ao incidente no Bairro da Jamaica, situado na margem Sul de Lisboa, o cineasta Welket Bungé apresenta ao público um filme que não só narra uma história, mas também busca asfixiar a audiência com uma crua representação da sociedade portuguesa contemporânea. “Bustagate” é mais do que uma obra cinematográfica; é uma intervenção, uma chamada à reflexão e uma homenagem aos que enfrentam a brutalidade e a desigualdade no dia a dia.

Este filme híbrido, que entrelaça texto e três narrativas visuais, transporta os espectadores para o epicentro da sociedade portuguesa, personificada pela protagonista Cláudia Simões. Bungé, através dos comentários do seu alter ego como agente político em nome do Ministério Público Português, oferece uma visão chocante e desoladora da violência e da disparidade social em Portugal. Antes mesmo da sua estreia oficial em festivais, o filme já recebia elogios fervorosos da crítica. O site “Hoje Vi(vi) Um Filme” resumiu a experiência como uma jornada desde o sentimento de pertencimento ou não pertencimento ao país, até a triste realidade de enfrentar a violência e o preconceito, clamando por Liberdade, Igualdade e Justiça.

A estreia de Bustagate ocorre num momento em que o mundo se mobiliza por direitos democráticos, com um apelo global através do movimento #blacklivesmatter. Em solo português, esse movimento ecoou as indignações silenciadas da diáspora africana e portuguesa, que conhecem o peso da dor e da perda. O filme torna-se num testemunho, uma voz também em memória de Luís Giovani Rodrigues, o estudante cabo-verdiano cuja vida foi ceifada em dezembro de 2019, após um ataque brutal em Bragança, no norte de Portugal.

Esta criação cinematográfica é uma extensão do manifesto anterior de Bungé, Eu Não Sou Pilatus, que foi selecionado no DocLisboa em 2019. Em Bustagate, Welket Bungé mergulha nas profundezas de uma realidade que muitos preferem ignorar. Com a participação de Isabél Zuaa e Cleo Tavares, o filme narra os eventos que culminaram na brutalidade policial contra Cláudia Simões em janeiro de 2020, com recurso a imagens e sons de vídeos que se tornaram virais online, criando uma tapeçaria audiovisual envolvente.

Bustagate foi destacado no 26.º Festival do Cinema Português e no 4.º Festival Internacional de Cinema para Smartphone Africano. Atualmente, o filme está disponível no canal de YouTube do artista.

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