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Com duas datas esgotadas no MEO Arena, Slow J fez história

Concerto de Slow J / Foto: Irís Maximiano
Concerto de Slow J / Foto: Irís Maximiano

Agora, mais do que nunca, é impossível falar da história do Hip Hop Tuga, sem falar de João Batista Coelho, aka Slow J. Em agosto, o artista anunciou a primeira data no Meo Arena (8 de março), que em três meses esgotou. Em dezembro, lançou o álbum Afro Fado e uma nova data para o concerto (7 de março), que rapidamente esgotou. Na altura, numa entrevista dada, Slow disse que estes concertos seriam uma celebração e a promessa foi mais do que cumprida.

Chegámos ao Meo Arena e quase não se via o palco, por conta do mar de gente à espera que a festa começasse. A primeira parte do espetáculo foi assegurada por EU.CLIDES, acompanhado pela sua guitarra. Embora a acústica não fosse a mais indicada, a voz doce e suave que o cantor fez ecoar pela sala enquanto cantava era notável. Há algo no EU.CLIDES que mexe com as pessoas. A forma como canta, a mestria e a delicadeza com que trabalha nas suas canções, parece que tem mestrado em musicalidade e, quando faz uma atuação, sabe a melodia e isso percebeu-se aquando do lançamento do seu primeiro álbum, Declive. Se houvesse alguém que não o conhecesse naquela sala, passaram a conhecê-lo e a admirar o seu trabalho.

EU.CLIDES na primeira parte do concerto de Slow J / Foto: Irís Maximiano

Estava criada a atmosfera certa para Slow J entrar em palco. E assim foi. Entrou ao som de “Tata”.

Tata Wanage
Quanto tempo pra te encontrar
Difícil não ver
Quanto o tempo vai nos custar
Um dia eu vou tomar a banda de assalto
‘Pa matar saudade
‘Pa gente voltar
Depois eu vou tomar o mundo de assalto
Que eu não ’tou cansado
Só ’tou a lhes mostrar

A música é dedicada ao pai e pôs todos a cantar o refrão em Kicongo e Kimbundo, línguas angolanas. Em português, significa “pai, bom dia” ou “pai, como estás?”. Essas primeiras palavras encheram a sala de uma energia, uma união quase emocionante, que teve um efeito crescendo até ao fim do concerto. De seguida, cantou “Where U @”, e “FAM” – do álbum You Are Forgiven. Estava dado o mote para entrar o primeiro convidado da noite, Jony Driver, que também atende por Papillon. Juntos cantaram a música que celebra a família, porque “onde come um, comem dois“.  

Concerto de Slow J / Foto: Irís Maximiano
Concerto de Slow J / Foto: Irís Maximiano

Chegou a vez de entrarem em palco os responsáveis pela co-produção de Afro Fado, os gémeos Goias. Cantaram “Ultimamente”. De seguida, levou-nos a 2017 com o tema “Às vezes”. Slow J mostrou-se vulnerável, mostrou que preocupa-se com os seus e com todos, fez um apelo ao amor e pediu a todas as pessoas “que nunca parem, que nunca desistam dos seus sonhos”.

Nesta festa, pôs-se mais um lugar na mesa e Slow J puxou a cadeira para Ivandro sentar-se e cantar “Imagina”. Tal como as anteriores, a música foi entoada do início ao fim pelo público.

Entretanto, ouvimos “Lágrimas”, altura em que o artista teve de interromper o concerto para que algumas pessoas fossem socorridas. O espaço estava cheio e as emoções estavam ao rubro. A paragem foi necessária porque é importante “olhar uns pelos outros”, disse o músico.

Concerto de Slow J / Foto: Irís Maximiano

Seguiu-se “Sereia” e “Water” com Richie Campbell. Depois, Maria Teresa de Almeida Salgueiro subiu ao palco, cantora portuguesa, vocalista do grupo português Madredeus. Atrevemos-nos a dizer que foi a pessoa certa para participar na música “Nascidos & Criados”.

Slow J fez ainda uma homenagem a Sara Tavares e lamentou não ter tido a oportunidade de cantar “Também Sonhar” com a artista, pois tal aconteceria neste dia. O público reagiu e cantou a música numa só voz.

Ao chegarmos ao fim do concerto, Slow J cantou-nos uma “Serenata” e pediu ajuda a Gson para fazerem o “Origami” e “3,14”. Foi um final bonito, onde o artista luso-angolano apelou ainda ao voto consciente nas eleições lesgislativas a acontecerem hoje (10). A festa foi rija, além dos nomes já acima escritos, João Caetano, Hugo Lobo, Diogo Seis, Djodje Almeida e Rui Poço, também fizeram parte dela.

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