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Criadores de conteúdo africanos criam novos horizontes no Brasil digital

Yuran Tinta & Baptista Miranda

Impulsionados pelo sonho e pela determinação, Esmael Gabriel, Yuran Tinta e Baptista Miranda, criadores de conteúdo digital angolanos, estão a fazer história no Brasil, um dos maiores mercados de redes sociais do mundo. Quem o diz é a publicação norte-americana Rest of World, que desenvolveu um artigo sobre “os criadores africanos de língua portuguesa que estão a fazer sucesso no Brasil”.

Numa análise profunda sobre o impacto dos criadores africanos de língua portuguesa no Brasil, o artigo sublinha a forma como estes talentos estão não só a alcançar reconhecimento e estabilidade financeira, como também a promover um diálogo enriquecedor entre as culturas africana e brasileira.

Desde a sua infância, em Lobito, Angola, Baptista Miranda sempre sonhou com o Brasil. Esse sonho começou a materializar-se em 2017, quando lançou um canal no YouTube focado nas perceções angolanas sobre o país de Vera Cruz. A sua persistência valeu a pena, e cinco anos mais tarde, com cerca de 600 mil seguidores, foi convidado para visitar o Brasil, cortesia do grupo Flow Studios. Essa experiência abriu portas a Baptista para um sucesso sem precedentes, transformando-o no angolano com mais seguidores nas redes sociais. Clica aqui para leres a última entrevista que realizamos ao criador de conteúdos.

Por outro lado, Yuran Tinta, também angolano e com uma passagem pela BANTUMEN, apesar de lidar com comentários racistas e xenófobos, mantém-se firme, impulsionado pelo desejo de partilhar conhecimento e pelo impacto positivo do seu trabalho. Atualmente, está a desenvolver um curso de criação de conteúdo online, com o objetivo de empoderar outros criadores africanos e brasileiros.

Um dos catalisadores para o sucesso dos criativos, de acordo com o Rest of World, está na acessibilidade à Internet, comparada com os elevados custos de conexão em países como Angola ou Guiné-Bissau, além de o Brasil ser um país com um vasto mercado de redes sociais e oportunidades significativas para a economia criativa.

Por sua vez, Esmael Nzuzi dos Santos Gabriel ficou espantado ao descobrir que muitos brasileiros desconheciam que os angolanos falavam português. “Somos conhecidos como países que têm uma relação fraterna”, contou Nzuzi dos Santos Gabriel ao Rest of World. A sua página do Instagram, lançada em 2020 e denominada África do Jeito que Nunca Viu, já reuniu mais de 350.000 seguidores. Embora os seus rendimentos mensais variem de acordo com a procura pelo seu conteúdo, Nzuzi dos Santos Gabriel afirmou que a página do Instagram se tornou uma importante fonte de rendimento.

Parte desses criadores não só envia remessas importantes para as suas famílias em África como tem inspirado muitos outros a seguir o mesmo caminho. Contudo, nem tudo são rosas. Entre os vários desafios, estão, por exemplo, a dificuldade em estabelecer parcerias com empresas em Angola e a luta contra o preconceito e a desinformação no Brasil.

Ainda assim, o número crescente de criadores africanos no Brasil está a fomentar uma relação simbiótica entre os dois lados do Atlântico, promovendo uma melhor compreensão mútua e abrindo caminho para uma nova era na economia criativa digital. O sonho de Miranda de comprar uma casa para a sua mãe com “dinheiro da Internet” e o esforço de Tinta para capacitar outros criadores africanos são testemunhos do potencial transformador dessa economia criativa, desafiando expectativas e redefinindo o conceito de sucesso na era digital.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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