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Guiné-Bissau segue passos do Gana e Serra Leoa e está a promover a “Década do Retorno”

Década do Retorno da diáspora guineense | DR
Década do Retorno da diáspora guineense | DR


À semelhança de iniciativas promovidas no Gana e na Serra Leoa, a Guiné-Bissau está a viabilizar a “Década do Regresso à Guiné-Bissau” (2021-2031), com o propósito de facilitar o retorno voluntário de descendentes guineenses, para um reencontro com a terra natal e para que estes possam contribuir para o desenvolvimento do país.

A iniciativa, liderada por Daiana Taborda Gomes, serve também como instrumento de política diplomática, surge inspirada na visão de Siphiwe Baleka, ex-atleta olímpico norte-americano, que descobriu as suas raízes Balanta, da Guiné-Bissau, através de um teste de ancestralidade. “Unimo-nos neste esforço, movidos pelo desejo comum de reforçar os laços com a nossa pátria, proporcionando um regresso acolhedor aos seus filhos”, afirma Gomes.

A “Década de Regresso” abrange uma série de atividades, desde apoio no processo de naturalização, campanhas de turismo a eventos sociais, culturais e diplomáticos, com o intuito de encorajar a diáspora a regressar ao país dos seus ancestrais. “O projeto de naturalização é apenas uma faceta das nossas ações, inseridas num contexto maior de reparação e repatriação”, explica Daiana, sublinhando a importância de assumir responsabilidades históricas e reintegrar a diáspora nas melhores condições possíveis.

Através de cursos de línguas, reintegração cultural e cerimónias tradicionais, o programa procura não só restabelecer a cidadania guineense mas também revitalizar laços ancestrais. “Já acolhemos cinco grupos de afrodescendentes, num testemunho poderoso da importância de reconectar com as nossas raízes”, destaca Gomes, recordando momentos emocionantes de reencontro e reconciliação.

Apesar de não receber financiamento governamental, o programa tem feito progressos significativos na naturalização de membros da diáspora afro-americana, com o apoio de parceiros estratégicos. Daiana enfatiza a necessidade de uma atuação conjunta com as autoridades guineenses, especialmente no que toca à legislação sobre cidadania e reconhecimento da diáspora através de testes de DNA.

A campanha “Ami i fidju di Guiné” (Eu sou filho da Guiné), lançada nas redes sociais, e outras iniciativas, são parte integrante deste esforço de reaproximação. “É fundamental que o povo da Guiné-Bissau reconheça a história dos seus filhos dispersos pelo mundo como parte integrante da sua identidade nacional”, afirma Siphiwe Baleka, evidenciando a dimensão moral e legal deste compromisso.

Três anos após o seu lançamento, a “Década de Regresso” já testemunhou o retorno de cinco grupos de afrodescendentes, demonstrando o impacto positivo do programa e a sua relevância na promoção da cultura e património guineense, seguindo os passos de iniciativas similares no Gana e em Serra Leoa.

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