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Dino D’Santiago, “Badiu” com orgulho e com novo álbum no forno

Dino D'Santiago
Dino D'Santiago | Instagram © João Caetano

Vem aí novo álbum de originais de Dino D’Santiago. O artista está a preparar-se para lançar Badiu, já no dia 26 de novembro. Além do novo projeto, o artista anunciou também novo grande concerto no Coliseu de Lisboa, no dia 2 de abril.

Para quem quiser garantir o seu exemplar de Badiu, o projeto já está disponível para pré-venda na loja online da FNAC. Quanto ao concerto, os bilhetes podem ser adquiridos no site da Every Thin Is New e nos locais habituais. 

“Influenciado pela paternidade, por várias mudanças no seu quotidiano e vida familiar, e por um contexto de pandemia que se revelou demasiado intenso, Dino D’Santiago rodeou-se dos seus companheiros de viagem habituais, de uma equipa de estúdio, músicos, produtores, família, e durante quatro semanas refugiou-se nos arredores de Lisboa, onde viveu, respirou, maturou e executou ideias, sons, pensamentos, música”, podemos ler no comunicado enviado à redação da BANTUMEN.

Badiu é um processo criativo que mapeou o batuque, despiu a Kizomba de tudo o que é supérfluo, que colheu harmonias onde só a morna consegue, e resultou numa ode à sua nova condição de pai do pequeno Lucas e um complemento do popular antecessor Kriola.

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“O conjunto de canções que compõem este álbum foram inspiradas na jornada do povo Badiu do interior da ilha de Santiago até às metrópoles da América e Europa, até à minha Quarteira umbilical”, explica Dino d’Santiago. “A música é o grande passaporte da cultura cabo-verdiana no mundo. Presente em todos os momentos marcantes da história do país, é através dela que as memórias ancestrais são catalogadas e transportadas para o futuro. Estou mais otimista do que nunca com o futuro, disposto a dar voz à poesia mas também à vida, tal como ela é, bela e trágica”, continuou o artista.

O álbum é uma continuação do trabalho que Dino já tem feito, ao contar as histórias de Cabo Verde e da sua vasta diáspora, onde cabem as montanhas da Assomada, no interior de Santiago, a ilha que recebeu o maior número de pessoas escravizadas trazidas dos territórios onde se situam hoje o Senegal e a Gâmbia. O que valeu a Santiago o título: a mais africana das ilhas de Cabo Verde. O lugar onde a população negra, aproveitando o caos provocado pelos ataques piratas à cidade de Ribeira Grande, fugia do cativeiro para as montanhas do interior. E a estes grupos de escravizados foragidos chamaram-se, ‘Badius’ (vadios). Um termo historicamente depreciativo mas que a partir do século XX foi sendo reapropriado e promovido a símbolo de resistência nacional e orgulho.

Este Badiu é fruto de trabalho comunitário, com muitas fronteiras mas sem limites. Uma obra embalada pelo Batuku, catártico, cru e negro, que permitiu que gerações novas de cabo-verdianos se reconciliassem e aprendessem a reivindicar a sua herança africana. É a partir deste género basilar, feminino e badiu, que DINO D’SANTIAGO constrói diálogos com o mundo da eletrónica, zouk ou hip-hop. Dando voz às histórias, angústias e alegrias da nação crioula que tem o Atlântico como uma extensão do seu território e a música como o único refúgio para a alegria.

Como tem vindo a acontecer desde Mundu Nôbu, o autor de “Nova Lisboa” volta a assinar a produção executiva ao lado de Kalaf Epalanga e Seiji. Para além dos produtores com quem tem vindo a colaborar frequentemente, Nosa Apollo, Toty Sa’Med ou Branko, a viagem sónica e afro-futurista deste Badiu conta também com contribuições preciosas de vários nomes, tanto a nível da produção, como da composição ou interpretação.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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