Há artistas que não precisam de lançar muito para caírem nas graças do público. É o que acontece com Enny, a “pepita de ouro” da label de Jorja Smith.
Originária de Thamesmead, no sudeste de Londres, a jovem cantora e rapper Enny juntou-se a Shaybo, Ivorian Doll, Br3nya e Darkoo para virar do avesso o panorama do rap britânico, historicamente dominado por homens. Com apenas três singles lançados, a artista rapidamente fez falar de si ao assinar com a label FAMM, de Jorja Smith.
A sua última música chama-se “Peng Black Girls Remix”, com Jorja Smith – a versão original foi lançada em outubro, com a nigeriana Amia Brave – e é, obviamente, um sucesso. O single oferece-nos uma voz aveludada e palavras militantes, que se demarcam das “caixas estereotipadas” onde a mulher negra é colocada na indústria musical e na sociedade no geral. “Podemos ter classe, educação ou sair da rua, mas não existe uma forma errada de ser uma mulher negra”, explica a própria artista.
“Quando olho à minha volta, para a minha família, amigos ou mesmo para mulheres de uma forma aleatória, alucino quando penso que a sociedade, e até a nossa própria cultura, repte que não somos bonitas por causa da cor da nossa pele ou de certas características físicas. Olhando para trás, foi um primeiro passo para me desligar de tudo e ser feliz como sou… Uma anglo-nigeriana do sudeste de Londres, complexa e com características físicas particularmente africanas.”
A música é já um hino do empoderamento feminino e a confirmação da inscrição do nome de Enny na lista das promessas da música negra urbana internacional.
O videoclipe, dirigido por Otis Dominique, acompanha a artista no bairro, onde contracena com amigos e familiares.
Ao seu repertório juntam-se ainda as faixas “He’s Not Into You” e “For South”, produzido por Nix Northwest. Este último integrou o The Silhouettes Project, um projeto que tem por missão servir de plataforma para artistas emergentes de Hip-Hop, Soul e Jazz no Reino Unido.
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