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“Horasom” já está cá fora e é a honestidade de Rahiz em reggae

Rahiz
Rahiz | 📸 @indinunez_

Rahiz acaba de lançar o seu mais novo álbum, Horasom (oração traduzido do crioulo), totalmente imergido numa vibe reggae. Com o selo da Black on Black Music, o álbum conta com 11 músicas – algumas mergulhadas na essência musical cabo-verdiana – e está disponível desde esta 28 de julho.

É, provavelmente, seguro dizer que Rahiz é contra-corrente. Mesmo que não seja intencional, quando o mundo vira à esquerda – para o afrobeats -, o artista agarra no Reggae que em si vive, remistura-o com algumas mornas de nomes maiores como Cesária Évora e Bana e cria este Horasom.

É um projeto de boas energias mas que não deixa de lado as tensões e questões sociais do mundo de hoje. É a palavra do “Rahvoluxionary” a fazer-se ouvir por via do reggae – cuja essência está impregnada de crítica social.

Numa rápida entrevista telefónica, o produtor, cantor, rapper e compositor confirma-nos que este projeto não foi arquitetado para ser um álbum, pelo menos, não inicialmente. “O processo deste álbum, se te disser que o pensei ou que estava alinhado, não é verdade. Fiz o [single] “Sonho” e daí a apareceu a ideia de que isto vai ao encontro da ideia artística do que isto poderia ser e se eu fizer uma cena que me soa bem eu vou querer repetir”, disse à BANTUMEN.

Com a produção toda do álbum assinada por si, o gosto pelo reggae e o querer juntá-lo a sonoridades ancoradas na música tradicional cabo-verdiana tem uma explicação: “Estava a fazer as músicas para poder encontrar um som. Porque há muito que estava a ser desafiado com a ideia de pegar em músicas tradicionais cabo-verdianas e encontrar um formato muito mais digerível de som. Eu não iria provavelmente fazer morna – talvez quando tiver uns 50 ou 60 anos. Foi na procura desse som mais digerível que pudesse ter uma mensagem e a minha alegria de cantar e de fazer melodias que faz com que eu faça um, dois… usei uns redeems para poder perceber melhor a minha colocação de voz na cena do reggae e depois foi o processo de alguns anos a fazer beats de reggae”.

A boa vibe de músicas como “Oh Mar”, “I Love This Girl” ou “Trokadu” não é apenas sonora. As letras estão carregadas de mensagens sobre africanidade, sonhos, pobreza, amor, política, e não só.

“Já me disseram ‘quando toda a gente vai para a esquerda, tu vais para a direita’. Não é uma questão de ser contra a maré. Sabe-me bem ouvir este projeto, faz bem à minha alma, faz parte do meu processo emotivo, mental e espiritual. É indiscutível, quando as pessoas ouvirem este álbum, a questão de que ‘ele está a trazer algo mais para o mercado’. Mas não foi isto que eu estava a pensar quando estava a fazer o álbum. Gosto mesmo de cantar e adoro ouvir-me a cantar em cenas de reggae. E quando criei o projeto, senti-me feliz e sei que quando ouço o panorama musical, ninguém está a fazer isso. Até pessoal do reggae que já não está no reggae e foi para o afrobeats. Só que eu não sou limitado e não me pressiono para me enquadrar. Creio até que se for dada a devida atenção a este projeto, se fores ouvir a história da música em Africa, as pessoas adoram reggae. Quando as pessoas me perguntam qual é o objetivo deste álbum… na indústria é nenhum. A nível pessoal, é fazer a fusão entre as vibes que eu represento, como cabo-verdiano, em cima do reggae, que é para mim um desafio”, acrescentou.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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